Bastidores

Quase dois anos após expulsão por áudio racista, ex-conselheiro Adilsinho é reintegrado ao quadro associativo do Santos

O ex-conselheiro do Santos, Adilson Durante Filho, mais conhecido como Adilsinho, obteve vitória judicial para reintegrar o quadro de sócios do clube quase dois anos após sua expulsão oficial do mesmo pelo presidente José Carlos Peres.

Em abril de 2019, o então conselheiro teve áudio com cunho racista vazado. À época, Adilsinho solicitou sua renúncia ao cargo no Conselho Deliberativo e ao quadro associativo, ao qual pediu sua reintegração em carta, não aceita pelo clube, pouco tempo depois. Em outubro do mesmo ano, após mais uma solicitação de reintegração, a diretoria executiva do clube optou pela expulsão definitiva de Adilsinho do quadro associativo do clube.

Nesta terça-feira, 28/09, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo decidiu pela reintegração de Adilsinho ao quadro de sócios e à posse de sua cadeira cativa na Vila Belmiro. Caso não o faça, o Santos terá de pagar multa diária de R$ 350,00 até o limite de R$ 35.000,00 estabelecido pela justiça. O clube terá de arcar com as custas e despesas processuais, além de honerários advocatícios fixados em 15% do valor corrigido dado à causa, avaliada em R$ 5.000,00.

Ex-Diretor de Categorias de Base e Diretor de Futebol do clube, Adilsinho teve áudio de quase um minuto vazado onde disparava contra a honra de pessoas pardas. Confira o trecho transcrito abaixo.

“Sempre que tiver um pardo…O pardo o que que é? Não é aquele negão, mas também não é o branquinho. É o moreninho da cor dele. Esses caras, você tem que desconfiar de todos que você conhecer. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade (…) É verdade, isso é estudo. Todo pardo, mulato, tu tem que tomar cuidado. Não mulato tipo o P…(membro do grupo). O P… é tipo para índio, tipo chileno, essas porr*. To dizendo um mulato brasileiro. Os pardos brasileiros. São todos mau-caráter. Não tem um que não seja.”

À época, o então Secretário Adjunto de Turismo de Santos, viu a exoneração de seu cargo ser cobrado pela vereadora e ex-prefeita de Santos, Telma de Souza. O mesmo confirmou a veracidade do áudio e se posicionou pedindo desculpas.

“Com relação a um antigo áudio de alguns anos atrás que circula nas mídias sociais, de minha autoria, gostaria de expor que, em um momento de infelicidade e levado pela emoção, em decorrência de um fato que muito me abalou, acabei me expressando de forma absolutamente diversa das minhas crenças e modo de agir. Jamais tive a intenção de atingir quem quer que seja, até porque assim me manifestei em um pequeno grupo de supostos amigos de WhatsApp. Consigno que não tenho qualquer preconceito em razão de cor, raça ou credo, pois minha criação não me permitiria ser diferente. Peço, humildemente, desculpas a todos que se sentiram ofendidos, e expresso, por meio deste comunicado, meu mais profundo arrependimento quanto às palavras genericamente proferidas.”

1 Comment

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  1. Wellington

    30 de setembro de 2021 at 10:42

    qual o argumento do juiz para reintegra-lo?

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