Hoje se comemora o aniversário de 13 anos da conquista do Tri da Libertadores pelo Santos Futebol Clube, eu poderia ficar aqui fazendo diversas homenagens e lembrando com saudades daquela conquista memorável. Mas, o tempo passa, a idade chega e com ela costumamos ficar mais chatos, infelizmente. Bem, pelo menos é o que acontece quando a vida nos maltrata. E poucos foram tão maltratados quanto os santistas desde a conquista mais expressiva do clube pós-Pelé.
Vamos aos fatos:
– “Ganhamos a Libertadores, vamos investir no time”;
Qual seria o primeiro passo após essa conquista? Observar as carências do clube e reforçar o elenco visando o mundial. O que o Santos fez? Até trouxe o Borges (boa contratação), mas não trouxe um 5 que precisava, não reforçou as laterais, nada… foi na fé mesmo.
– “Vamos fazer um grande Campeonato Brasileiro!”
Essa seria a máxima a partir de então, mas ao invés disso o clube sucumbiu diante da CBF (com as convocações constantes dos nossos jogadores principais), não teve força de bastidores e viu o título que poderia ser nosso ir para o colo do rival Corinthians sem muito esforço.
– “Vamos manter um grande time por anos, criar uma dinastia na América!”
No ano seguinte, novamente o combo de administração desastrada somada as convocações da CBF fizeram com que o melhor time das Américas perdesse uma semifinal contra um time bem inferior no papel, mas taticamente anos luz à frente.
– “Pelo menos vendemos bem os meninos da base”
Nem isso, perdemos todos por valores ínfimos e os poucos que renderam algum lucro tiveram os valores reinvestidos em jogadores mais velhos e caros. Na prática, trocamos jovens talentosos que fariam sucesso na Europa por jogadores decadentes…
– “Mas e o Neymar?”
Esse é um caso à parte, principal jogador do clube na vitória da Libertadores, o futuro craque geracional brasileiro jogou a final do Mundial com pré-contrato assinado com o Barcelona. O time do Santos para mantê-lo ficou fraco financeiramente e a CBF fazia questão de convocar o atleta para centenas de jogos, que custaram ao Santos qualquer possibilidade de título relevante desde a Libertadores. A venda depois foi desastrosa, hoje, quase 11 anos após a despedida do craque, o clube pagou mais do que recebeu desde sua saída.
Resultados:
Depois da Libertadores esses foram os resultados esportivos do Santos:
2011 – Brasileirão pífio; perdemos o Mundial de 4×0;
2012 – Ganhamos um Paulista, ganhamos uma Recopa Sulamericana (para um Pacaembu com pouco mais de 20k de pagantes); Brasileirão pífio;
2013 – Perdemos tudo, inclusive o Neymar e fomos humilhados pelo Barcelona, 8 x 0;
2014 – Perdemos o Paulista para o Ituano; salvamos o Palmeiras do terceiro rebaixamento;
2015 – Ganhamos um Paulista, perdemos uma Copa do Brasil para o Palmeiras;
2016 – Ganhamos um Paulista na “bacia das almas” contra o Audax; Esse foi nosso último título, depois foram tantas humilhações que me dói lembrar, mas culminaram com nosso inédito rebaixamento e com o atual “time de estrelas” comandado pelo Pep Carille.
Desculpem, mas hoje não consigo comemorar o título de 2011, pois sempre penso que perdemos a nossa grande chance de voltar ao lugar que Pelé e Cia nos colocaram. E se em algum universo paralelo isso estiver acontecendo, amaria poder vivenciar essa experiência, hoje o que nos resta é uma memória vaga de uma era de glórias que passou.
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