Em uma conversa com Carol Bernardi, ela me lembrou de uma comparação pertinente entre a situação atual do técnico Fábio Carille e um episódio envolvendo o goleiro Tadeu, do Goiás, quando o Santos quis contratá-lo.
Ná época, Tadeu manifestou um forte desejo em vestir a camisa do Peixe. O clube chegou a fazer uma proposta, mas deixou a responsabilidade nas mãos do jogador, que teria que resolver a questão da multa rescisória com o clube goiano. Em um ato desesperado, Tadeu chegou a pressionar a diretoria do Esmeraldina, que permaneceu inflexível, exigindo o pagamento integral da multa de 35 milhões de reais. Com isso, Tadeu permaneceu no Goiás, cumprindo seu contrato, enquanto o Santos não avançou além da proposta inicial.
Situação se desenrola de maneira diferente
No caso de Carille, a situação se desenrola de maneira diferente. Alimentada pela mídia, a novela não tem propostas concretas ou negociações entre as partes envolvidas. Enquanto alguns torcedores pedem a demissão do treinador, alegando desrespeito, a diretoria se vê em um impasse: apesar do desempenho instável, como justificar a demissão de um técnico que lidera a competição?
No pior momento da temporada, quando a equipe viveu uma sequência de quatro derrotas seguidas, o treinador esteve respaldado pelo presidente Marcelo Teixeira. Além disso, há uma preocupação de que, se a diretoria cedesse à pressão e demitisse Carille, poderia estar favorecendo um dos maiores rivais, facilitando a ida do técnico sem nenhuma compensação financeira.
Assim como Tadeu, Carille possui um contrato que deve ser respeitado. Caso queira sair, terá que pagar a multa estipulada. Até o momento, Carille reafirma sua permanência e cumpre suas obrigações contratuais, enquanto as especulações continuam a girar em torno de seu futuro.