Bastidores

No Santos, ser Amado virou pecado?

A história de Guilherme com o Santos começa em um dos momentos mais amargos da história do clube. Em um dia de desilusão para a torcida, o jogador, então no Fortaleza, enfrentou o Peixe no dia do pior episódio da sua história. Quem poderia imaginar que, em menos de um mês, ele estaria vestindo a camisa do Santos, com a missão de levar o time à elite do futebol brasileiro?

Guilherme foi homenageado e eternizado no Memorial das Conquistas do Santos pelo icônico gol 13 mil, um marco que, ao lado da cerimônia, simboliza a sua ligação com a história do clube. Em seu discurso, ele revelou o que todos já sabiam: “Estive dentro de campo e pude sentir a tristeza do torcedor. Mesmo estando do outro lado, fiquei triste também. Mesmo com a vitória, foi um dia triste para o futebol.”

Foto: Vanessa Rodrigues AT

 

Embora nunca tenha sido considerado um craque brilhante ou um jogador de grandes lances, Guilherme é o verdadeiro “operário da bola”, aquele que se doa a cada treino e a cada jogo, sempre com o foco no coletivo. Mais do que isso, é um líder de grupo, alguém que se envolve e se entrega para o time, não apenas em campo, mas também fora dele.

É surpreendente, portanto, a resistência que uma parte da torcida santista demonstra em relação à felicidade genuína de Guilherme. O jogador, que está vivendo o sonho de atuar ao lado de um ídolo como Neymar e vestir a camisa de um clube tão grandioso quanto o Santos, enfrenta críticas. Mas quem não ficaria feliz em estar no lugar dele? O que há de errado em alguém celebrar a chance de defender o Santos com tanto entusiasmo?

Guilherme sempre se mostrou incansável, dedicando-se ao time tanto dentro quanto fora de campo. Sua entrega vai além do futebol: ele participou ativamente de diversas ações e eventos do clube. E essa postura não é um caso isolado — outro exemplo de comprometimento é Pituca, que também se disponibiliza a ajudar sempre que possível, tanto no campo quanto em atividades extracampo.

Foto: Estadão Conteúdo/GUILHERME DIONÍZIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho uma lembrança clara de uma atitude que demonstra bem a postura do Guilherme. No ano passado, ele foi até Barueri para acompanhar um jogo da Copinha, com o objetivo de apoiar os meninos da base. Levou o pai e amigos, torceu muito e ficou triste com a eliminação da equipe. Isso é mais do que comprometimento; é o reflexo de alguém que vive o dia a dia do clube e sente cada momento com a instituição.

Agora, contrastando com a trajetória de Guilherme, temos Soteldo, que também esteve presente naquele fatídico dia, mas optou por não disputar a Série B — competição que, de certa forma, ajudou a colocar o Santos ao longo do seu tempo no clube. Soteldo, após recusar jogar a séria B, retorna ao Peixe e é recebido de braços abertos pela torcida. E, no entanto, por que tanta resistência em aceitar a felicidade sincera de Guilherme? O que há de errado com a alegria de um jogador que se entrega em campo e está realizado de jogar ao lado de um Príncipe?

Talvez seja a hora de a torcida parar de criar teorias e implicar com quem não merece e começar a apoiar os de verdade. Porque, no fundo, quem não ficaria feliz ao ver um jogador tão dedicado e grato pela oportunidade de fazer parte deste atual Santos com Neymar, depois de “roer o osso” da Série B?

 

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