Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, o CEO do Santos, Pedro Martins, fez duras críticas à atual situação do clube e defendeu uma série de mudanças estruturais e administrativas. A coletiva foi marcada pela ausência de um anúncio sobre o novo treinador que substituirá Pedro Caixinha, demitido após o mau início da equipe na Série A do Campeonato Brasileiro.
Jorge Sampaoli segue como o principal nome cotado para assumir o comando técnico do Peixe, mas ainda não houve confirmação oficial. Segundo apuração do Portal Meu Peixão, que divulgou a negociação “Com Exclusividade” na tarde da última segunda, Sampaoli demonstrou interesse em retornar ao comando do Alvinegro Praiano, o que abriu caminho para o início das tratativas.
O Santos tentou nomes de peso: Dorival Júnior e Tite foram procurados, mas ambos declinaram. Dorival, que deixou a Seleção Brasileira recentemente, recebeu sondagens de outros clubes e optou por não retornar agora. Já Tite, que saiu do Flamengo em setembro, também indicou que não pretende assumir projetos no momento. Já Sampaoli, por outro lado, parece pronto. No Peixe, em 2019, encantou o Brasil com um time ofensivo, terminou o Brasileirão na vice-liderança e deixou saudade na Vila. Foram 63 jogos, com 35 vitórias, 13 empates e 15 derrotas, e um legado de futebol vibrante e competitivo.
Demissão de Pedro Caixinha:
Durante a fala sobre a demissão de Caixinha, Pedro Martins classificou a saída do treinador como uma derrota e aproveitou o momento para ressaltar a necessidade de uma profunda reflexão interna. Segundo ele, o Santos precisa urgentemente se modernizar para retomar o protagonismo no cenário nacional.
“A saída do Caixinha é uma derrota para todos nós, é um passo atrás com relação ao que a gente pensa de projeto desportivo para esta instituição. E, por isso, a gente vai tomar o tempo necessário para escolher o novo comandante. O Santos é um clube que precisa ter muito orgulho do seu passado, muito mesmo, é o que molda a identidade desta instituição, mas precisa saber diferenciar orgulho do passado de saudosismo. O saudosismo vai matar o Santos”, afirmou o executivo.
Processo de reestruturação
Entre os principais pontos abordados, Pedro destacou a importância da reestruturação dos departamentos internos, além da construção de uma nova arena e da reformulação do centro de treinamento das categorias de base.
“O caminho do futuro do Santos está na busca de um novo estádio, na reconstrução da sua infraestrutura, na formatação de uma base que seja protagonista no futebol brasileiro, e nos esforços para que a equipe feminina volte a representar o valor histórico do clube”, disse.
Martins também mencionou a necessidade de decisões no presente para garantir um futuro mais sólido.
“Caso contrário, a gente vai continuar em um ciclo vicioso de vender o futuro para tentar conquistar alguma coisa no presente”, alertou o dirigente.
O executivo afirmou que conta com o apoio do presidente Marcelo Teixeira para implantar as mudanças necessárias e criticou a falta de profissionalização no futebol brasileiro.
“Tem muito clube fazendo melhor, investindo mais, estando mais organizado. O primeiro ponto para a gente fazer o diagnóstico correto e dar o remédio certo para o paciente é a humildade. Somente assim a gente vai conseguir ser grande”, finalizou Pedro Martins.
O Santos enfrenta o Atlético Mineiro nesta quarta (16), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, às 21h30 na Vila Belmiro. Cesar Sampaio auxiliar do clube comandará a equipe até a chegada de um novo treinador. O Santos até o momento está na décima oitava colocação do Campeonato com 2 derrotas e um empate até o momento.
