Na coletiva de apresentação como novo técnico do Santos, Cléber Xavier fez questão de reafirmar um dos pilares mais tradicionais da história do clube: a formação de jogadores da base. Com vasta experiência na transição entre categorias, o treinador revelou sua origem nas categorias inferiores de Internacional e Grêmio, além da convivência direta com esse processo também na Seleção Brasileira.
“Eu vim da base. Trabalhei oito anos no Inter desde 1988, mais oito no Grêmio. Fazia essa relação base-profissional, e foi assim também na Seleção. Vários clubes têm essa característica, mas o Santos é muito forte nisso.”
Segundo Cléber, atualmente 13 dos 33 jogadores do elenco foram formados no clube, e pelo menos três seguem ainda ligados diretamente à base, com possibilidade de integração ao grupo principal.
“É dar confiança, desenvolver em aspectos defensivos e ofensivos, ampliar repertório como atleta. Pedi aos mais experientes que cuidem dos meninos. Jogadores dominam bem a função e podem encostar em quem trabalha nessa função para ajudar a comissão técnica a desenvolver.”
O novo treinador também revelou que irá se aproximar diretamente do trabalho da base, assistindo jogos e trocando com as comissões técnicas.
“Vou ver jogos da base, conversar com as comissões técnicas e vamos desenvolver mais.”
🧠 Referências no banco de reservas: de Ênio Andrade a Guardiola
Ao ser questionado sobre suas referências como técnico, Cléber evitou nostalgia excessiva, mas citou nomes históricos do futebol brasileiro e mundial que o influenciaram ao longo da carreira.
“Não quero voltar muito no tempo, sou antigo. Citaria Ênio, pensei muito e vi muito o trabalho. Li e ouvi muito. Minelli, Santana, Parreira, Zagallo — o maior de todos falando do Brasil — e Felipão.”
Mesmo com raízes no futebol brasileiro, o comandante reconheceu a influência do cenário europeu contemporâneo:
“Agora é um momento mais internacionalizado, como Ancelotti, Pep, Guardiola. Sempre há algo a acrescentar, nunca temos que deixar de dimensioná-los como importantes.”
Com essa combinação de experiência na formação, reverência à história e olhar moderno, Cléber Xavier tenta reconstruir um Santos mais coeso, competitivo e, acima de tudo, fiel à essência de revelar talentos.
