No Santos, o contrato é sagrado. Mas só para o jogador.
Se o atleta quer sair, o clube facilita.
Se ele joga mal, o clube aceita.
Se ele senta no contrato, o clube se acomoda.
Mas e quando o Santos precisa fazer valer o que foi assinado?
Silêncio. Passividade. Vergonha.
O caso Gabriel Brazão escancara a passividade Santista
A informação foi trazida pelo jornalista Lucas Musetti, do UOL: o Galatasaray, da Turquia, procurou Gabriel Brazão e seu estafe com interesse concreto na contratação do goleiro — sem consultar o Santos, clube com quem o atleta tem contrato até 2028.
Nos bastidores, especula-se que a proposta apresentada seja cinco vezes maior que o atual salário de Brazão. Se confirmado, trata-se de uma violação clara às normas da FIFA.
É aliciamento. É crime esportivo. E o Santos? Vai assistir calado — de novo?
O histórico é longo. E constrangedor.
O clube tem sido constantemente derrotado fora de campo, mesmo quando tem a lei ao seu lado. Veja os exemplos:
-
Bryan Ruiz: dois anos no clube, 14 jogos, salário de craque, nenhum resultado. Saiu processando.
-
Cueva: custo altíssimo, indisciplina, e ainda gerou transfer ban por dívida internacional. Saiu sem deixar saudades — e com rombo.
-
Cléber Reis: cinco anos de contrato, dez jogos. Seguiu no clube mesmo sem espaço, porque tinha papel assinado. E ele estava certo: cumpria seu direito.
-
Júlio Furch: segue hoje no Santos. Recebendo salário alto, sem entregar, mas treinando, comendo, usufruindo da estrutura. Porque tem contrato. E o clube? Aceita.
O jogador tem razão. Está defendendo seus direitos.
Mas o Santos tem o dever de defender os seus.
Os culpados não são os atletas. São os dirigentes que contemplaram contratos irresponsáveis, sem travas de performance, metas ou penalidades. Se é para cumprir contrato quando é contra o clube, também se deve cumprir quando é a favor.
Se os turcos querem Brazão, que paguem a multa. Contrato não é papel de bala.
Marcelo Teixeira, o momento é agora.
Não adianta falar em reestruturação e grandeza se na hora da briga o clube abaixa a cabeça.
Se houve aliciamento, que o Santos vá à FIFA. Que denuncie. Que aja. Que cobre. Que se imponha.
Chega de ser clube que respeita contrato só quando é passivo no processo.
O Santos precisa reagir. Precisa se proteger. Precisa ser o Santos.
Porque, se continuar nesse ritmo, o Peixe seguirá sendo terra de ninguém — com vista pro mar.
