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Neymar em dúvida, Cléber sem respostas e Santos sem rumo: o retrato de um clube em colapso

Foto: (Raul Bareta/ Santos FC)

A eliminação do Santos para o CRB na Copa do Brasil nesta quinta-feira não é apenas mais uma página melancólica em uma temporada irregular. É, sobretudo, um alerta definitivo: o Santos Futebol Clube está à deriva. E, no centro do furacão, está o maior ídolo da história recente do clube, Neymar Jr. que, mesmo com poucos minutos em campo, parece ser o único capaz de despertar alguma fagulha de esperança na torcida. Mas até quando?

Ao ser questionado sobre uma possível renovação, Neymar deixou escapar um “Não! Ainda não sei”, no calor do pós-jogo. A resposta, carregada de frustração, diz mais sobre o momento do clube do que qualquer coletiva polida. O camisa 10 foi direto: não há milagre. E ele, sozinho, não é o Messias santista.

A permanência do craque é vista por muitos torcedores como a última âncora emocional. Desde que voltou à Vila, Neymar reacendeu sonhos, trouxe ânimo e lotou estádios. Sua eventual saída, em meio ao caos, significaria não apenas uma perda técnica, mas um golpe anímico profundo, talvez irreversível, em um clube que parece ter perdido sua identidade.

Na coletiva pós-jogo, Cléber Xavier representou fielmente o que se viu em campo: um time que tenta, mas não sabe como. O discurso sereno do treinador contrasta com o desespero que se percebe nas arquibancadas e até nas entrelinhas das falas de Neymar. A sensação é de que o técnico ainda não encontrou respostas e pior, talvez nem as esteja procurando no lugar certo.

Cinco jogos, um gol. Essa é a estatística que resume a impotência ofensiva de um Santos que não assusta mais. E a resposta da diretoria? Mais discursos vazios. Pedro Martins, CEO do clube, insiste em ver evolução onde o torcedor vê estagnação. É difícil acreditar que o mesmo otimismo compartilhado internamente ressoe nas arquibancadas ou nos bares onde os santistas lamentam o atual momento.

Neymar na Partida contra o CRB. Foto: (Raul Bareta/ Santos FC)

Há uma desconexão perigosa entre o que o clube projeta e o que o clube realmente vive. A diretoria ainda fala em “solidez”, mas até as rochas se partem quando pressionadas o suficiente. E é exatamente isso que está acontecendo: o Santos está rachando.

E os reforços? Neymar deixou claro: não dá para fazer tudo sozinho. Mesmo voltando de lesão, o craque tem sido mais efetivo em 20 minutos do que o time inteiro em 90. Pedro Martins diz que já se discute internamente os perfis ideais, mas até agora, tudo segue no campo das ideias. O time precisa de soluções e precisa delas para ontem.

O futuro de Neymar no Santos está em aberto. Mas não é só ele que está indeciso. O torcedor também não sabe o que esperar. A confiança na diretoria está minada. E enquanto o clube não sair do campo das boas intenções e agir com a seriedade que o momento exige, o risco de ver o Santos afundar, com ou sem Neymar, será cada vez maior.

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