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Opinião: O Santos precisa de alma, comando e menos omissão

Foto: (Reprodução/SantosTv)

Por mais que o presidente Marcelo Teixeira insista em apontar que o processo de reconstrução do Santos passa por todos os setores do clube, os fatos dentro e fora de campo mostram que, até agora, o discurso não se traduziu em prática. O próprio técnico Cléber Xavier já apontou uma das carências mais graves: a ausência de profissionais especializados na área psicológica, algo básico para qualquer clube que queira lidar com pressão, resultados e reconstrução.

Mas o buraco é ainda mais embaixo. A crise não está apenas na cabeça dos atletas ou no gramado. Ela vem de fora para dentro, da instabilidade política, da falta de respaldo da diretoria, da constante troca de comando técnico e, principalmente, da omissão das principais lideranças do clube.

O Santos de hoje até tem nomes interessantes no elenco. Mas falta alma, falta entrega. E esse vazio em campo é reflexo direto da bagunça institucional que se arrasta fora dele. A diretoria é dividida, com alas políticas que não chegam a consenso nem para algo fundamental: a escolha de um treinador. Cada lado rema para um lado, e no meio do barco está um presidente que parece assistir a tudo em silêncio. E quando fala, diz pouco ou quase nada.

Marcelo Teixeira, que voltou ao clube prometendo liderança e estabilidade, tem falhado em se posicionar nos momentos cruciais. Seu silêncio após mais um vexame em casa foi simbólico. Não houve palavras para justificar o caos dentro das quatro linhas, nem para explicar a falta de segurança para a torcida do Santos que ficou exposta no entorno do estádio, mais uma consequência de uma gestão que ignora o que acontece além da arquibancada.

O futebol santista vive também as contradições de Pedro Martins, executivo de futebol que prometeu racionalidade na busca por um novo treinador, mas foi justamente ele quem protagonizou uma das multas rescisórias mais exageradas do futebol brasileiro recente. Um paradoxo que resume bem a atual administração: promete estabilidade, entrega instabilidade; diz buscar profissionalismo, mas toma decisões amadoras.

Martins foi o responsável por apresentar o novo técnico, posar para fotos, mas desapareceu após a estreia deixando o treinador isolado à beira do campo, sem proteção, sem explicações, sem respaldo.

O Santos não precisa apenas de reforços em campo. Precisa de um norte. Precisa de comando. Precisa parar de se esconder atrás de discursos de reconstrução enquanto as estruturas seguem ruindo. Pedro Martins segue no cargo há quatro meses sem entregar um projeto claro, mas segue, porque o presidente ainda não decidiu se a chave deve continuar com ele.

Enquanto isso, a torcida segue sozinha, carregando a alma que o clube perdeu e esperando que alguém finalmente assuma o volante desse barco à deriva.

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