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Santos erra no palco da festa, e só a torcida joga bola no Allianz Parque

Foto: (Raul Bareta/ Santos FC)

O cenário estava montado. Do lado de fora do Allianz Parque, um mar branco se aproximava do estádio palmeirense com cantos, bandeiras e a esperança de dias melhores. O torcedor santista compareceu em peso, 35 mil vozes, recorde de público do ano no estádio, mesmo com o palco montado para um show. Um espetáculo que começou nas arquibancadas e esperava apenas que o time entrasse em campo para fazer sua parte.

Mas o que se viu foi, mais uma vez, um Santos apático, travado, sem criatividade. A atmosfera vibrante criada fora de campo não contagiou quem mais precisava se empolgar: os jogadores.

A torcida fez o que estava ao seu alcance. Encheu, cantou, empurrou. Faltava só o futebol. E esse, mais uma vez, ficou devendo.

Dentro de campo, o time da Vila não conseguiu mostrar a força que historicamente carrega. Faltou organização, faltou empurrar o adversário para sua defesa e sobretudo, faltou repertório. O Santos abusou da ligação direta, numa insistência quase desesperada em lançar Soteldo ou Rollheiser, como se a salvação viesse de uma jogada individual inspirada.

Durante cerca de 60 minutos, Thaciano foi usado como segundo centroavante, enquanto o meio-campo pedia socorro, carente de um homem que pensasse o jogo, que fizesse a transição. A equipe parecia perdida entre chuveirinhos sem direção e uma espera por milagres ofensivos que nunca vieram.

Tiquinho Soares, guerreiro solitário, segue lutando, de costas para o gol, sem aproximação, sem tabelas. Não há centroavante que aguente esse isolamento tático por muito tempo. Já Soteldo e Rollheiser, que têm outras qualidades, não são jogadores para receber lançamentos longos de Zé Ivaldo. Não têm altura nem características para esse tipo de jogo. Escobar, por outro lado, corre por dois, tentando fechar espaços que nem são seus.

A falta de criatividade e de compactação tornou o Santos previsível. Fernando Miguel, goleiro do Ceará, teve pouco trabalho no jogo. Quando finalmente foi exigido, numa finalização de Tiquinho, faltou a continuidade de um parceiro, que o atacante santista pouco teve no jogo.

Do lado de fora, o presidente demonstra otimismo. Até demais. É claro que cabe a ele motivar o grupo, mas afirmar que está tudo bem é, no mínimo, uma desconexão com a realidade. O torcedor está vendo, está sentindo e está cansado. O discurso de “quem não estiver focado que peça para sair” precisa ecoar dentro e fora do campo. Porque, até agora, foco e força só vimos em um setor: nas arquibancadas.

O torcedor do Santos está fazendo sua parte. É hora do clube, da comissão e, principalmente, dos jogadores, fazerem a deles.

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