O Santos perdeu mais uma. E dessa vez, doeu mais. Em pleno clássico contra o Corinthians, neste domingo (18), na Neo Química Arena, o Peixe foi derrotado por 1 a 0, com gol de Yuri Alberto, um velho conhecido da torcida alvinegra. A lei do ex funcionou de novo, e o time da Vila segue afundado na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, ocupando a 19ª posição, com míseros cinco pontos em nove jogos.
É difícil para o torcedor santista encontrar consolo. Porque, embora o time tenha feito um primeiro tempo até competitivo, com boas chances criadas, a história se repetiu: faltou pontaria, sobrou nervosismo, e o erro individual, sempre ele, acabou custando caro. A falha de Tomás Rincón na saída de bola foi o estopim para mais uma derrota que deixa evidente o tamanho da crise técnica e emocional que vive o Santos.
Um primeiro tempo que enganou
É verdade que o Santos teve o controle no meio de campo, especialmente com Rincón e Zé Rafael. Conseguiu frear o Corinthians, que jogava em casa, e criou pelo menos três boas oportunidades. Mas futebol não é só domínio e estatística, é eficácia. E isso, o Peixe está longe de ter.
Zé Ivaldo teve uma boa chance de cabeça, Barreal quase marcou com um chute cruzado… mas ninguém conseguiu balançar as redes. E aí, como manda o velho roteiro, o adversário cresceu nos minutos finais do primeiro tempo, em cobrança de falta, Igor Coronado obrigou Brazão a fazer uma boa defesa. No segundo tempo o Santos recuou e bastou um cruzamento na área, sim, de novo a bola aérea, para Yuri Alberto, quase intocado, decretar o placar.
Rincón falha e admite: “Temos que melhorar muito”
Na saída do gramado, Rincón foi sincero ao reconhecer que o time precisa evoluir. Mas as palavras já não bastam. A torcida quer ver atitude.
” Clássico se decide nos detalhes. Eles foram melhores no segundo tempo. Temos que esfriar a cabeça e melhorar muito, disse o volante, visivelmente abatido.
Cléber Xavier: discurso já conhecido
Na coletiva pós-jogo, o técnico Cléber Xavier adotou um discurso repetido. Reconheceu o bom início, lamentou as chances desperdiçadas e pediu tempo para que o trabalho dê frutos. O problema é que o tempo está se esgotando.
“Trabalhamos muito a parte ofensiva, a confiança, a finalização… mas a bola precisa entrar. Tivemos chances, como contra o Grêmio, e não convertemos”, afirmou.
O que mais preocupa é que, mesmo com ajustes e mudanças, o Santos segue inofensivo no ataque. Tiquinho Soares novamente teve uma atuação apagada e foi substituído por Deivid Washington, que também passou em branco. O treinador garantiu que vem tentando de tudo:
“Prometo continuar trabalhando. Estamos insistindo com Tiquinho, Deivid, com garotos do sub-20… O problema é mais profundo. É finalização, é confiança, é psicológico. Mas não podemos nos esconder atrás disso.
Próximos capítulos: CRB e Vitória
A crise santista não dá trégua. Antes de voltar a campo pelo Brasileirão contra o Vitória, na Vila Belmiro, o Peixe tem uma decisão pela Copa do Brasil contra o CRB, em Maceió. Já pelo Brasileirão na próxima rodada a equipe terá problemas: Zé Ivaldo, suspenso, Escobar, expulso, e Soteldo, com lesão muscular, não devem estar à disposição.
É mais um capítulo de um roteiro que o torcedor do Santos já está cansado de assistir. Sem resultados, sem confiança e com cada vez menos tempo para reagir, o Peixe precisa mais do que palavras. Precisa jogar como gigante que é. Porque, se continuar assim, o fantasma da Série B vai deixar de ser ameaça e virar realidade, de novo.
