O meio-campista Zé Rafael, recém-apresentado pelo Santos, expressou preocupação com a possibilidade de estrear pelo clube na próxima segunda-feira (12) no Allianz Parque, estádio com gramado sintético. Em entrevista, ele comentou sobre os desafios de atuar nesse tipo de superfície:
“Joguei por vários anos lá, então não posso dizer que é um problema. Mas sendo o meu primeiro jogo depois de tanto tempo parado, talvez eu sinta um pouco. Quem não está realmente adaptado a jogar com frequência no Allianz acaba sofrendo. A gente viu isso durante vários jogos — equipes que iam lá e jogadores que acabavam se lesionando. Mas acredito que isso não vai acontecer comigo, e espero que não aconteça com nenhum dos meus companheiros.”
A escolha do Allianz Parque como local da partida gerou debates, especialmente após um manifesto liderado por Neymar contra o uso de gramados sintéticos no futebol brasileiro. O movimento, que contou com apoio de jogadores como Thiago Silva, Gabigol, Lucas Moura, Alan Patrick e Philippe Coutinho, criticou a utilização desse tipo de piso, alegando riscos à saúde dos atletas e impacto na qualidade do jogo. Em carta aberta, os jogadores afirmaram:
“É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.”
Além disso, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, revelou que o departamento médico do clube orientou evitar gramados sintéticos para preservar Neymar, que está em processo de recuperação de lesão. Teixeira afirmou que uma nova contusão seria prejudicial ao projeto com o jogador, cujo contrato inicial é de seis meses.
Internacionalmente, o debate sobre gramados sintéticos também é relevante. Lionel Messi, por exemplo, teria uma cláusula contratual que o libera de atuar em campos com esse tipo de superfície na Major League Soccer (MLS), devido a preocupações com lesões.
Apesar das críticas, clubes como o Palmeiras defendem o uso de gramados sintéticos, alegando que são certificados pela FIFA e que não há comprovação científica de que aumentem o risco de lesões. O debate continua, com jogadores e clubes apresentando argumentos sobre segurança, desempenho e manutenção.
A partida entre Santos e Ceará, marcada para o Allianz Parque, promete ser mais do que um confronto esportivo; é também um ponto focal na discussão sobre as condições ideais para o futebol profissional no Brasil.
