A chegada de Alexandre Matos ao Santos é, antes de tudo, um movimento de emergência. O clube vive um momento de turbulência dentro e fora de campo, e a contratação de um dos executivos mais experientes do futebol brasileiro parece ser a tentativa de colocar ordem em meio ao caos. A saída oficial de Matos do Cruzeiro, confirmada nesta semana, abre caminho para que ele assuma imediatamente as rédeas do futebol santista e os desafios já começam a bater à porta.
Um deles, talvez o maior de todos, atende pelo nome de Neymar.
A renovação do contrato do camisa 10, ídolo eterno da torcida, tornou-se uma prioridade nos bastidores do clube. Com o time irregular e sofrendo derrotas que minam qualquer embalo, o risco de perder Neymar mais uma vez não é apenas simbólico e sim devastador para o projeto esportivo e para o moral do torcedor. Matos chega com a responsabilidade de oferecer mais que discurso: ele precisa entregar um elenco competitivo, que dê ao técnico Cleber Xavier armas reais para brigar na temporada.
Segurar Neymar não será só uma questão de salário ou de marketing. O jogador quer comprometimento, planejamento e, acima de tudo, ambição. Se não houver um ambiente minimamente profissional, com perspectiva de vitórias, nem o amor à Vila será suficiente para convencê-lo a continuar.
Outro ponto relevante é o nome de Willian Arão, que volta ao radar do clube com força. A negociação esfriou no início do ano por questões burocráticas, mas nunca morreu. Agora, com a saída do volante do Panathinaikos e o olhar atento de Matos sobre as pendências da gestão anterior, o acerto parece mais próximo. Arão não é uma contratação de impacto midiático, mas traz experiência, liderança e consistência, tudo o que falta hoje no meio-campo do Peixe.
Alexandre Matos é conhecido por montar elencos vencedores e agir rápido no mercado. É exatamente disso que o Santos precisa neste momento. A pausa no calendário pode ser uma aliada, mas o tempo é curto, e a paciência da torcida, menor ainda. O Peixe quer mais do que sobreviver no Brasileirão. Quer voltar a ser protagonista.
E para isso, a missão de Matos é clara: reorganizar o futebol, blindar Neymar das incertezas e mostrar que o Santos pode, sim, voltar a ser grande. Mas tudo começa agora.
