A tão aguardada transformação da Vila Belmiro começa a sair do papel. Nesta sexta-feira (8), o projeto da nova arena do Santos Futebol Clube foi oficialmente aprovado pela Prefeitura de Santos, em cerimônia realizada no Palácio José Bonifácio, sede do governo municipal. O ato marcou o início de uma nova era para o clube, que agora se aproxima da realização de um antigo desejo da torcida: a construção de um estádio moderno, multifuncional e com maior capacidade.
O novo estádio será erguido no mesmo terreno onde está localizado o atual Estádio Urbano Caldeira, respeitando a tradição do clube ao manter a Vila como endereço, mas com estrutura condizente com os padrões internacionais. A previsão é que as obras levem de 36 a 42 meses, incluindo a demolição da atual estrutura.
Presenças e discursos
Entre as autoridades presentes na cerimônia estavam o prefeito de Santos, Rogério Santos, o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, e o diretor da WTorre, Luiz Otávio Alves, empresa responsável pela construção da nova arena.
Marcelo Teixeira destacou a importância simbólica e estrutural da nova fase:
“Era obrigação do Santos evoluir. Assim como um dia trocamos as arquibancadas de madeira por concreto, agora damos o próximo passo. Teremos um estádio que honra nossa história e projeta o futuro”, declarou o mandatário alvinegro.
Inicialmente programada para o início do mês, a cerimônia havia sido adiada como sinal de solidariedade às vítimas do incêndio que atingiu a comunidade Caminho São Sebastião, em Santos.
Projeto audacioso e financiamento independente
Com investimento estimado em R$ 700 milhões, a nova arena ocupará uma área de 68 mil m² e comportará até 30 mil pessoas. O estádio será multiuso, capaz de receber grandes jogos, shows, feiras e eventos empresariais. O financiamento será 100% privado, com recursos captados através da venda de cadeiras cativas e camarotes, em parceria com a WTorre. A previsão inicial é comercializar cerca de 6 mil unidades.
O acordo de gestão prevê uma operação conjunta entre clube e construtora por 30 anos, com divisão proporcional da receita gerada por eventos esportivos e não esportivos.
Aval técnico e contrapartidas exigidas
O projeto passou por avaliação rigorosa de diversos órgãos da Prefeitura de Santos, como a Secretaria de Obras, Vigilância Sanitária, CMDU e Condepasa. Também foi submetido ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que classificou os impactos da obra como baixos ou moderados.
Entre as exigências estão melhorias urbanas no entorno, como: modernização da iluminação pública, instalação de câmeras de monitoramento integradas ao CCO, ampliação do sistema de drenagem, criação de áreas de lazer e convivência, além de 100 vagas para bicicletas e o plantio de 300 árvores nativas da Mata Atlântica.
Nova arena: tradição e inovação lado a lado
O projeto arquitetônico prevê quatro grandes setores de arquibancadas, espaços premium, camarotes, além de áreas comerciais, como lojas, restaurantes e espaços corporativos. Também está prevista a instalação de estacionamento próprio, com acessibilidade completa.
O Memorial das Conquistas será revitalizado, com maior destaque para os ídolos históricos do clube, especialmente Pelé. A nova arena promete oferecer uma experiência completa ao torcedor santista, combinando conforto, funcionalidade e identidade com a história do Peixe.
Próximos passos e expectativas
O clube terá até um ano (prorrogável por mais 12 meses) para dar entrada no pedido oficial de início das obras. A expectativa é que, respeitando todos os prazos e etapas legais, o novo estádio esteja concluído entre o final de 2028 e o início de 2029.
Com a aprovação oficial, o Santos entra em uma nova fase, mirando não apenas a modernização de sua infraestrutura, mas também um salto em sua relevância comercial, esportiva e institucional.
