Na última sexta-feira (8), em cerimônia oficial, a prefeitura de Santos anunciou a aprovação do projeto de construção da nova arena do Santos Futebol Clube. A solenidade reuniu nomes importantes envolvidos na iniciativa: autoridades como o prefeito Rogério Santos e o deputado federal Paulo Alexandre Barbosa; o presidente do clube, Marcelo Teixeira; o diretor de Novos Negócios da WTorre, Luiz Otávio Alves, da empresa responsável pela execução e operação da obra; e o arquiteto Luiz Volpato, à frente do escritório Luiz Volpato Arquitetura e autor do projeto.
Como autor do projeto, Volpato celebra o marco importante que antecede o início das obras. “Essa aprovação significa a validação técnica de nossas decisões projetuais. Embasados por uma arquitetura de alta qualidade, concebemos um espaço para reavivar todo o gigante potencial da marca Santos Futebol Clube e respeitar seu lugar, sua vizinhança e sua cidade”, explica o arquiteto.
A área total construída prevê aproximadamente 68 mil m², com área comercial distribuída em 28 lojas internas e 17 lojas externas. O amplo estacionamento está projetado no nível térreo, com capacidade para 310 veículos, e possibilidade de ampliação para mais um nível, totalizando 620 vagas de garagem. Confira novas imagens e detalhes arquitetônicos do projeto aprovado pela prefeitura:
Localização

(Nova arena do Santos FC l Autor do projeto: Luiz Volpato l Execução e operação da obra: WTorre)
A Vila Belmiro continua sendo o endereço do Santos FC, a decisão pela manutenção do local considera o legado santista, que faz parte da memória afetiva da população e do sentimento de pertencimento existente. Para Volpato, esta bagagem histórica não poderia ser replicada, assim como a paisagem única dos morros, mar e canais. O bairro também conta com boa cobertura de transporte público.
Em termos de mobilidade urbana, está a cerca de 16 minutos a pé da estação Bernardino de Campos do VLT da Baixada Santista (que atualmente integra até 37 linhas municipais e metropolitanas), além das diversas linhas de ônibus que passam próximas ao estádio e facilitam o transporte de torcedores vindos de diferentes regiões da cidade. Para completar, o sistema Bike Santos tem uma estação (Estação 24) próxima ao local, o que favorece o deslocamento por bicicleta compartilhada.
Acessos
O público entra na arena pelas quatro esquinas da quadra. Os acessos veiculares e de logística se encontram nas ruas José de Alencar e Tiradentes. Já o ingresso para os camarotes é realizado pela Rua Dom Pedro I, e o dos jogadores e da imprensa pela Rua Princesa Isabel. A divisão dos setores segue fluxos distintos, estrategicamente projetados para que os acessos sejam rápidos, confortáveis e seguros. O projeto garante a acessibilidade adequada para todos os seus protagonistas.
Capacidade

Com um interior totalmente futurista, a Nova arena do Santos FC com certeza vai surpreender o torcedor santista. (Autor do projeto: Luiz Volpato l Execução e operação da obra: WTorre)
A capacidade máxima é aumentada para mais de 30 mil lugares e os espectadores são divididos em quatro níveis diferentes: Arquibancada, Deck Premium, Camarote e Arquibancada Superior. Para tanto, um complexo desenho geométrico é implementado, “considerando a melhor orientação do campo, a poligonal do lote e a parábola de visibilidade ideal, desenvolvemos um desenho geométrico reverso ao comumente praticado. Além de otimizar a capacidade, essa solução atende aos parâmetros de visibilidade e aumenta o conforto para 100% dos espectadores do estádio”, explica Volpato.
Esplanada

Dentre as opções que a nova arena terá, a Esplanada será uma área de convivência para os torcedores no nível térreo, com lounges, lojas e áreas de apoio.
Localizada acima do nível térreo, a esplanada funciona como uma grande varanda que envolve todo o perímetro do estádio. Parcialmente aberta, conta com floreiras e vegetação e cria a marquise que cobre a calçada. O acesso é feito pelas escadarias principais, que organizam o fluxo dos torcedores até as arquibancadas e camarotes. Como ponto de encontro, reúne lounges de convivência, lojas de alimentação e instalações sanitárias.
Campo

Com uma posição privilegiada, o novo gramado da Vila Belmiro ficará a 9 metros de altura, em relação à rua, para dar condição aos estacionamentos, lojas e áreas de apoio.
O campo de jogo está elevado a 9 metros do solo, com o objetivo de liberar toda a área do terreno para abrigar estacionamentos, lojas, instalações sanitárias, acessos para delegações e imprensa, além de circulações operacionais. A partir da esplanada, localizada abaixo desse nível, o público sobe pelas escadarias que conduzem aos vomitórios, responsáveis por distribuir os torcedores nas arquibancadas.
Alçapão
O amor e a devoção da torcida santista transformaram o estádio do Peixe em um verdadeiro “alçapão”, amplamente reconhecido. Para potencializar a temida energia emanada pelos torcedores – sem descaracterizar a proposta original do alçapão -, o arquiteto alia três premissas. O movimento geométrico das arquibancadas, a aplicação das normas a partir dos limites mínimos e o criterioso desenho da cobertura aumentam os efeitos de pressão. A promessa é clara: o novo alçapão é ainda mais assustador.
Experiência multiuso

Pensando em surpreender a cada detalhe, Volpato buscou criar o cenário perfeito para jogos e grandes eventos.
Para criar uma verdadeira arena multiuso, Volpato traz o que há de melhor em programas de estádios de grande porte, arenas indoor, centros comerciais e teatros mundo afora. O arquiteto, que possui mais de 20 anos de experiência na área, explica que o objetivo é criar o cenário perfeito para comportar toda a multifuncionalidade do espaço. “A experiência na nova casa santista vai além de um emocionante campo de batalhas. Também é um local de encontros, performances e produção de conteúdo”, acrescenta.
Estética

As grandes identidades do Santos serão evidenciadas no externo da Arena, como o preto e branco, a jogada de bicicleta e a imagem de Pelé, socando o ar.
A arquitetura reflete a identidade do clube. O projeto é marcado pelo clássico branco e preto, com detalhes em dourado. O máximo aproveitamento da capacidade do local configura uma estrutura em formato irregular que é explorada esteticamente. A partir dela, o arquiteto desenha uma fachada principal para revelar a alma santista por completo.
A parte superior da arena é composta por uma envoltória branca metálica, com imagens representativas dos ídolos que marcam a história do Santos. Recordações como a do Rei Pelé fazendo sua clássica jogada de bicicleta; ‘’socando o ar’’ – gesto que utilizava ao marcar gol; amistoso em que marcou cinco gols para o Brasil; entre tantas outras ficam eternizadas na nova casa santista.
Estas figuras, desenhadas através de perfurações computadorizadas, são fotos de acervo do clube, conservadas desde a década de 1960. Também há uma montagem com imagens do inesquecível craque e dos maiores artilheiros que já passaram pelo time. Além de recordações de partidas inesquecíveis, incluindo torneios nacionais e internacionais.

O escudo do Santos terá um local especial na fachada do Estádio, na parte mais exuberante do brise metálico, nas cores dourado e preto.
O peixe, símbolo da unidade, força e resistência santista, também tem seu lugar no novo estádio. Para proteger a grande esplanada de acesso, Volpato apresenta um elemento especial, um brise em forma de escamas formado por delgadas lâminas na cor preta. Cada detalhe faz alusão ao adorado mascote da torcida.
Ainda nesta área, localizada na esquina principal do projeto – interseção das ruas Princesa Isabel e José de Alencar -, está inserido o símbolo maior do Santos. A parte mais exuberante do brise é reservada para receber o brasão do clube, pintado na cor dourada. A proposta é consolidá-lo como objeto venerado e eternizado.
Para Luiz Volpato, a aprovação do projeto representa a concretização de anos de trabalho técnico e criativo. “É gratificante ver que conseguimos aliar a tradição centenária do Santos com as mais modernas tecnologias de arquitetura esportiva”, finaliza o arquiteto. Com as obras autorizadas, a nova arena promete se tornar um marco na história do clube e da arquitetura esportiva brasileira.
