Vivemos tempos em que falar é mais fácil do que fazer.
Em que acusar é mais confortável do que agir.
Em que os leões de internet rugem atrás de uma tela… mas somem na hora de sujar a camisa.
E é contra essa covardia disfarçada de “opinião” que é preciso falar.
Nos últimos tempos, a Torcida Jovem do Santos — aquela que nunca abandona, que atravessa estados e cidades para carregar o clube nas costas — virou alvo de críticas levianas nas redes sociais.
Os “justiceiros do Wi-Fi” acusam, insinuam e atacam sem compreender o que é viver o Santos de forma plena — com a alma, com o corpo presente, com o sentimento que vai além da tela fria.
Essas acusações ganharam força após uma manifestação legítima da Torcida Jovem, que — como sempre fez — estava cumprindo seu papel: cobrar, exigir planejamento e respeito à história.
No intervalo do jogo contra o CRB, na Vila Belmiro, a Torcida Jovem — principal organizada do Peixe — protestou com faixas direcionadas à diretoria.
Cobranças firmes, claras.
Na segunda etapa, após o segundo gol sofrido, parte dos torcedores ampliou o protesto, passando a cobrar também o técnico Fábio Carille, chamado de “burro” nas arquibancadas.
E aí surgem os ataques:
“A Torcida Jovem é contra a SAF?”
Eu não vejo dessa forma.
Assim como eu — e tantos santistas que conhecem a história do clube — acredito que a SAF não é um milagre.
E mais: não pode ser feita de qualquer jeito, nem entregue nas mãos de qualquer um.
Se um dia o Santos virar SAF, que seja um projeto sério, transparente, que respeite a grandeza e a história do clube.
Que não trate o Santos como mercadoria barata em uma prateleira qualquer.
O debate não é contra a modernização.
É contra a irresponsabilidade.
É a favor da dignidade de um dos maiores clubes do mundo.
Mas a incoerência dos leões de internet vai além:
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Se a torcida protesta com força, reclamam porque “prejudica o clube”.
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Se protesta de forma pacífica, acusam de “omissão”.
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Se invade, chamam de “vândalos”.
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Se respeita o limite, acusam de “conivência”.
Nunca está bom.
Nunca é suficiente.
Para quem só participa do jogo postando stories e tweetando revolta de sofá, criticar é fácil.
Agir é que exige coragem.
E a pergunta é simples:
O que esses leões de internet fazem além de teclar?
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Onde estavam quando o Santos agonizava longe das câmeras?
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Por que não vão à porta do CT?
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Por que não viajam?
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Por que não seguram uma faixa e empurram o time nos momentos mais difíceis?
É fácil gritar no Twitter.
Difícil é gritar de verdade numa quarta-feira fria, numa arquibancada vazia.
A Torcida Jovem é presença.
É voz.
É resistência.
Quando a Torcida Jovem protestou em silêncio, a Vila virou um deserto.
E o vazio gritou mais alto do que qualquer tweet poderia.
Ali ficou provado:
são eles que sustentam a alma do Santos em campo.
Na rede social, qualquer um é revolucionário de teclado.
Na vida real, poucos têm coragem de viver o Santos como ele precisa ser vivido: com entrega, com paixão, com história.
Por isso, deixemos claro:
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Respeitem a Torcida Jovem.
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Respeitem quem faz pelo Santos o que vocês não fazem.
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Respeitem quem carrega, quem empurra, quem acredita — mesmo quando tudo parece desabar.
Se querem mudança, levantem da cadeira.
Deixem o celular e vão para o alambrado.
A arquibancada é livre.
Mas ela cobra caro: exige alma.
E alma, meus amigos, não se baixa em aplicativo.
Aqui quem fala é apenas um torcedor comum.
Não sou associado da Torcida Jovem.
Não falo por eles.
Mas respeito profundamente o papel que a Torcida Jovem exerce:
Como fiscalizadora,
Como combatente,
E, acima de tudo, como parte viva de quem está com o Santos FC, onde e como ele estiver.
Essa é a verdade que os leões de internet jamais vão entender.
