Apresentado oficialmente como novo técnico do Santos nesta terça-feira (30), Cléber Xavier não fugiu das perguntas mais diretas sobre estilo de jogo e, principalmente, sobre o “fantasma” de Tite, com quem trabalhou por 24 anos. Em sua primeira coletiva na Vila Belmiro, o novo comandante do Peixe mostrou personalidade, visão moderna e total disposição para fugir dos rótulos.
Questionado sobre sua preferência tática, Cléber foi claro: o 4-3-3 não é uma regra, muito menos uma obsessão.
“4-3-3 não é meu estilo preferido e não é o único. Podemos variar com dois pivôs, meia de flutuação pela direita com o Rollheiser, dois pontas, amplitude na lateral e construção com três. O contexto e o momento vão mostrar o que fazer no jogo. Não é ficar preso ao sistema, é como vamos desenvolver, iniciar e construir. Atacar o último terço. E sempre mudando durante o jogo. Vamos trabalhar o aspecto ofensivo hoje”, explicou.
A fala reforça que o Santos pode esperar um time dinâmico, com foco em organização ofensiva, variação de esquemas e leitura de jogo em tempo real.
Além disso, Cléber tratou com naturalidade as comparações com Tite e deixou claro que a inspiração vira motivação, não peso.
“É inevitável que não aconteça. São 24 anos de parceria. Um cara que me deu toda confiança, tenho uma relação muito forte. Me deu espaço para comandar equipes grandes e seleção brasileira. Não tenho como temer. Ficarei contente se eu nessa carreira conquistar metade dos títulos que conquistamos, apresentando futebol como apresentamos”, afirmou.
“Nos últimos 17 anos trabalhamos em quatro lugares: Inter, Corinthians, seleção e Flamengo. Não é cultura do Brasil, permanecemos pelo trabalho bom, conquistando e, principalmente, com boa gestão dos atletas e estafe. Uma unidade que quero pregar no Santos. Se eu conseguir isso, a comparação com ele vai ser inevitável pelo lado positivo. E é isso que eu espero”, completou.
Com um discurso lúcido e foco na construção de um ambiente saudável e competitivo, Cléber Xavier deu seus primeiros passos como técnico profissional. Agora, começa o desafio real: traduzir teoria em resultado — e devolver identidade ao time da Vila.
