O Santos protagonizou mais um capítulo de descompasso institucional nesta terça-feira. Um dia após o vice-presidente Fernando Bonavides surpreender ao sugerir a possibilidade de Tite trabalhar ao lado de Cleber Xavier, o próprio técnico tratou de desmentir publicamente qualquer chance de reencontro com o ex-comandante da Seleção.
“Dá para sonhar com Tite. O mais difícil conseguimos, uma comissão excepcional. O que vier na frente será lucro”, disse Bonavides, em uma fala que soou como se Cleber fosse apenas uma “ponte”, um elo provisório até a chegada do Tite.
A resposta veio rápida e direta. Na coletiva de apresentação, Cleber reafirmou sua autonomia profissional e afastou qualquer vínculo futuro com Tite:
“Minha decisão é seguir carreira solo. Tite foi ao Corinthians e eu não fui com ele. Não participei das conversas. Não tem como voltar atrás.”
Além de cortar pela raiz a especulação, Cleber ainda demonstrou comprometimento com o projeto santista:
“Cheguei para ficar. Quero renovar meu contrato. A ideia é de permanência.”
A declaração do treinador escancara uma clara falta de alinhamento interno no clube. Enquanto Cleber busca afirmar sua liderança e garantir estabilidade ao time, a fala do vice-presidente reforça uma narrativa de transição — incompatível com um contrato que prevê renovação automática em caso de vaga na Libertadores.
Se o Santos quer de fato reencontrar o caminho das vitórias, precisa começar pelo básico: respeitar e sustentar suas próprias escolhas, precisa ter coerência institucional. Parar de se contradizer e mentir por coisas simples.
Prometem o que sabem que não vão cumprir, só pra ganhar aplauso fácil. Vendem sonho irreal como se fosse plano concreto — enganam o torcedor pra “manter a aparência”.
