Marcelo Teixeira voltou à presidência do Santos com um slogan de impacto digno de campanha hollywoodiana: “Santos grande de novo”. E convenhamos, o roteiro vem sendo seguido à risca… Se a ideia era fazer tudo ao contrário.
Logo de cara, apostou suas fichas em Alexandre Gallo – sim, aquele mesmo que passou incólume por um rebaixamento e sobreviveu ao acesso como se fosse uma medalha de ouro. Gallo trouxe reforços “memoráveis”, como Morelos, Patrick e o Furch do salário celeste, que entregaram… bem, entregaram algo, não se sabe exatamente o quê. Mas para Teixeira, isso foi suficiente para garantir a continuidade. Quem precisa de resultados quando se tem convicção, não é mesmo?
E para provar que também sabe lidar com o torcedor, Marcelo protagonizou uma cena digna de cinema: após mais um espetáculo deprimente na Série B, foi tirar satisfação com um torcedor. Porque, claro, o verdadeiro problema do Santos não são os erros de gestão — é quem ousa apontá-los.
A sucessão de acertos continua com a renovação de Willian Bigode, uma decisão ousada para quem gosta de viver perigosamente. Soma-se a isso a epopeia de Carille: multa aqui, multa ali, e um vácuo de 30 dias sem técnico. O ex-treinador ainda teve a gentileza de compartilhar com o público que o planejamento do clube estava atrasado. Transparência é tudo!
Teixeira então anunciou Quinteros em rede nacional — detalhe: o técnico nem tinha terminado seus compromissos em outro clube, tampouco estava formalmente negociando com o Santos. Mas quem precisa de sigilo e timing quando se tem… espontaneidade?
A gestão de Teixeira tem sido alvo de críticas pela nomeação de pessoas próximas para cargos estratégicos. Um caso que chama atenção é o de uma colaboradora com ligação com a instituição de ensino da qual o presidente é dirigente. Ainda que não haja ilegalidade, o acúmulo de vínculos pode suscitar dúvidas sobre critérios técnicos e imparcialidade.
A cereja do bolo foi o episódio WTorre. Após declarações do presidente, a própria empresa tratou de esclarecer publicamente que… as coisas não eram bem assim. Talvez a comunicação só tenha falhado. Afinal, todo mundo erra uma vírgula de vez em quando — até em contratos milionários.
A torcida, por sua vez, ganhou um presente: ingressos mais caros e planos de sócio com menos vantagens. Uma abordagem inovadora de “aproximação”, onde se afasta quem mais apoia. Estratégia ousada, sem dúvida.
Sobre o Pacaembu como segunda casa? Ainda não aconteceu. Mas há quem diga que o time está apenas respeitando o distanciamento social — mesmo com o fim da pandemia. Falta de articulação? Jamais. Só um pequeno detalhe de planejamento.
Ah, e o patrocínio! Teixeira conseguiu fechar um contrato inferior ao que já estava encaminhado. Em tempos de vacas magras, é reconfortante saber que há espaço para abrir mão de receitas maiores. Um gesto altruísta — ou simplesmente… inexplicável.
E quem poderia esquecer a novela Caixinha? A rescisão foi registrada no BID sem acordo formal. O técnico saiu com uma bela multa, incluída com carinho por essa gestão. Agora, há até possibilidade de disputa judicial. Drama, emoção, reviravoltas: o roteiro segue firme no gênero “tragédia esportiva”.
E o melhor (ou pior): isso é só a superfície. A gestão Marcelo Teixeira parece ter virado uma coleção semanal de casos emblemáticos. Cada semana, um novo enredo. Se fosse série, já estaria renovada para várias temporadas — infelizmente, com o clube no papel de vítima.
Hoje, o Santos perde dentro e fora de casa. O time joga mal, não evolui, não contrata. E Marcelo Teixeira? Some. Não dá entrevista, não assume erros, não mostra rumo. A gestão dele é o espelho de um clube acéfalo, desrespeitado e em queda livre.
“Santos grande de novo”? Com Marcelo Teixeira no comando, o torcedor aprendeu da pior forma que slogans vazios não vencem jogos – e nem escondem gestões medíocres.
Marcelo Teixeira, vai precisar ver o Santos cair outra vez pra finalmente agir? Vai esperar o fundo do poço pra lembrar que prometeu reconstrução? Onde está o presidente que dizia “Santos grande de novo”? Porque o que vemos hoje é um clube abandonado, sem comando, e uma torcida exausta de tanta decepção. Até quando essa omissão vergonhosa?
