O placar encerrou uma história que, para o torcedor santista, já parece filme repetido: Grêmio 1 x 0 Santos. O roteiro? Um Santos que começa bem, se impõe, mas tropeça em suas próprias armadilhas, sempre no momento em que poderia dar um passo adiante.
Cléber Xavier acertou ao montar o time de saída. A equipe foi organizada, pressionou, soube ocupar espaços. Mas bastou chegar o segundo tempo para tudo ruir. As mudanças do treinador desfiguraram a estrutura que funcionava. E o que era controle se transformou em desordem.
O Grêmio, que não sabia o que era vencer desde a primeira rodada, achou seu gol em um presente defensivo logo após uma troca desastrosa. Kevyson, que havia sumido do mapa por cinco anos, voltou para errar no primeiro toque e abrir a contagem adversária. Um retorno que simboliza bem os riscos do improviso sem critério.
Na zaga, o caos continua como rotina. Luisão voltou a falhar, segunda vez seguida, enquanto Luan Peres provou por que não vinha sendo opção. Cada alteração na linha de trás parece piorar o cenário. O sistema defensivo do Santos fede. E a cada rodada, o cheiro se espalha mais.
A saída de Rollheiser, jogador que ocupava espaços, conectava setores e dava ritmo ao time, foi o estopim da queda. Era ele quem fazia o Santos jogar com superioridade numérica em vários momentos. Sua ausência foi um convite ao Grêmio crescer.
Cinco derrotas em sete jogos. Números que pesam, mesmo com lampejos de bom desempenho. O retorno animador de Soteldo, o único alento da noite, não foi suficiente para compensar a falta de coragem, de profundidade e, sobretudo, de qualidade no elenco.
O trabalho de Cléber ainda é promissor em sua essência. Mas se o clube não blindar o projeto contra essa avalanche de energia negativa e, principalmente, não correr atrás de reforços para setores cruciais, cada erro — como já vem sendo — seguirá sendo punido com a precisão cirúrgica de um carrasco impiedoso.
A verdade nua e crua: o Santos joga melhor que muitos. Mas tropeça em si mesmo. E nisso não há VAR que ajude.
