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Opinião: No Santos, os erros são mais decisivos que os adversários

Foto: (Raul Bareta/ Santos FC)

A derrota para o Grêmio, mais uma na já preocupante campanha do Santos no Campeonato Brasileiro, expôs com clareza o que a tabela já vinha gritando: o problema do Peixe vai além do coletivo. São as falhas individuais que têm sepultado qualquer tentativa de reação da equipe alvinegra, hoje amargando a 19ª colocação, com apenas quatro pontos.

Em um campeonato extremamente equilibrado, em que qualquer detalhe decide jogos, os erros cometidos pelos jogadores do Santos têm custado caro, muito caro. E quando se analisa a forma como os gols foram sofridos, a conclusão é inevitável: o Santos não está perdendo porque é superado em campo por elencos mais qualificados, mas sim porque entrega os resultados de bandeja.

Vamos aos fatos. Das cinco derrotas sofridas até aqui, apenas o gol do Fluminense pode ser classificado como fruto de um lance fortuito, decidido no apagar das luzes. Nos demais jogos, os gols contra o Peixe foram construídos, ou melhor, oferecidos por falhas grotescas.

Contra o Vasco, Zé Ivaldo e Gil foram culpados diretos pelos dois gols. Diante do Bahia, Schmidt falhou no primeiro e, junto de Chermont, no segundo. O Fluminense marcou em um lance desviado, mas ainda assim contou com a falta de imposição defensiva. No clássico contra o São Paulo, novamente Schmidt e Zé Ivaldo erraram. Contra o Bragantino, Luizão e Brasão que apesar da falha no segundo gol, é injusto colocar o goleiro no mesmo patamar de falhas recorrentes. O jovem defensor, aliás, tem sido um dos poucos nomes a se destacar positivamente, com atuações sólidas que vêm evitando placares ainda mais elásticos. Já contra o Grêmio, a tragédia defensiva teve até nome coletivo: Kevison, Luan Peres e Luizão protagonizaram uma falha tripla inadmissível.

O mais alarmante é que, até aqui, o Santos não sofreu sequer um gol que tenha sido fruto de uma jogada realmente bem trabalhada do adversário. Todos vieram de desatenções, tomadas de decisão equivocadas e falta de concentração.

E não para por aí. O setor ofensivo, que deveria ser o alívio, também tem deixado a desejar. Na última partida, Deivid Washington, João Schmidt e Zé Ivaldo desperdiçaram oportunidades que um time em crise simplesmente não pode se dar ao luxo de perder. Guilherme, Tiquinho Soares e outros nomes também vêm contribuindo para uma produção ofensiva ineficaz e frustrante.

Nesse cenário, a missão do técnico Cléber é ingrata. Ele próprio vive sob pressão, sabendo que cada jogo pode ser decisivo para sua permanência. Ainda assim, é nele que a torcida deposita as esperanças de uma virada. Com os possíveis retornos de jogadores lesionados e ajustes táticos e principalmente mentais, é possível imaginar um Santos mais competitivo.

Mas enquanto os erros individuais persistirem, não haverá tática ou esquema que resista. O Santos precisa, acima de tudo, parar de se sabotar.

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