Fernando Diniz é oficialmente o novo técnico do Peixe. O treinador que esteve à frente do São Paulo em seu último trabalho chega dividindo opiniões da torcida santista, mas, de fato, o que o torcedor deve esperar do técnico no Santos? O Portal Meu Peixão mostra.
Fernando Diniz Silva, 47 anos, é um treinador de futebol que, desde quando começou a ganhar destaque ainda como técnico do Audax, divide as opiniões de torcedores, jornalistas e especialistas. Com seu estilo de jogo bem definido, tendo a posse de bola como grande marco de sua filosofia, Diniz ainda não conseguiu ser unanimidade em nenhuma das visões que se tem sobre ele.
O hoje treinador Fernando Diniz, quando jogador, atuou pelo Santos na temporada de 2005. Na ocasião, Diniz chegou a pedido do treinador Oswaldo de Oliveira, e com a camisa do alvinegro teve apenas quatro jogos disputados e nenhum gol marcado. O “Pirulito”, como era conhecido, enfrentou a União Barbarense, na Vila Belmiro e o Santo André, em Santo André, pelo Paulistão, além de LDU-EQU, em Quito, e Danúbio-URU, na Vila Belmiro, pela Libertadores.
Começou a carreira como treinador em 2008, no mesmo ano em que parou de atuar. Seu primeiro clube foi o Votoraty-SP, onde disputou a Copa Paulista e o Campeonato Paulista A3. Em 2010, Fernando Diniz conquistou a Copa Paulista comandando o Paulista de Jundiaí e em 2011 assumiu o Botafogo de Ribeirão Preto.
A grande “virada” na vida de Diniz começou em 2013 quando assumiu o Audax. No mesmo ano, subiu com a equipe para a primeira divisão do Campeonato Paulista e se manteve no cargo até 2016, ano que começou de forma grandiosa. O treinador conseguiu levar o Audax para a final do estadual, sendo derrotado justamente para o Santos de Dorival Junior.
Foi também neste campeonato que seu estilo ganhou fama e olhares mais detalhados. Aquele time do Audax mostrou muito do que o técnico tinha para oferecer: toque de bola, movimentação, intensidade (que faltou em trabalhos recentes), goleiro sendo peça fundamental na construção de jogadas e jogadores sem posição fixa.
Ainda em 2016, Fernando Diniz assumiu o Oeste para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B após parceria realizada com o Audax. No Oeste, o trabalho não foi muito bom.
No final de 2017, o treinador havia sido anunciado pelo Guarani de Campinas e trabalhado no clube por apenas 13 dias, quando deixou o Bugre para assumir o Athletico Paranaense. Com o Guarani, Fernando Diniz fez apenas um jogo.
O trabalho no Athetico começou de forma promissora com boas atuações, mas, depois de um tempo, o time parou de render e Diniz deixou o clube paranaense na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Em 2019, foi a vez do Fluminense apostar no trabalho de Fernando Diniz.
O clube carioca conseguiu chegar até as quartas de final da Copa Sul-Americana com Fernando Diniz, mas a má campanha no Brasileirão, no qual deixou a equipe em 18º lugar, fez com que a situação ficasse insustentável e fosse demitido. No final do mesmo ano, o São Paulo decidiu apostar suas fichas em Diniz.
No Morumbi, seu último trabalho, durou pouco mais de um ano. No São Paulo, Fernando Diniz nunca conseguiu cair nas graças da torcida, mas com a diretoria bancando seu trabalho, conseguiu ser líder do Campeonato Brasileiro de 2020 por algumas rodadas e com folga, mas o time acabou caindo de rendimento no final da temporada e Diniz foi dispensado do cargo. Desde então, encontrava-se sem clube, até assinar com o Peixe.
Modelo de jogo e seus principais elementos
Em todos os trabalhos citados acima, Fernando Diniz implantou (hora com muito êxito, hora com nem tanto assim) uma filosofia de jogo ousada e bastante clara. Domínio das ações da partida em todos os momentos. Para que isso possa acontecer, o treinador conta sempre com uma saída de jogo com qualidade. Seja ela curta, longa, no chão, pelo alto ou em altura média.
Para que o jogador que vai passar a bola possa conseguir fazer com qualidade, outra característica importante do sistema de Diniz precisa existir: movimentação para ocupação dos espaços vazios. Quando o seu time tem a bola a movimentação se dá para que o passe entre em condições boas, onde quem recebe possa ter liberdade de construção das jogadas. Quando o seu time está sem a bola a movimentação tem a função de impedir o adversário de encontrar um bom passe e ter dificuldade para conseguir jogar.
A famosa, perigosa e assustadora (para o torcedor do time em que Fernando Diniz está treinando) saída de bola também é uma das principais características implantadas pelo treinador. A ideia é colocar o máximo de jogadores que puder perto um do outro para que sua equipe tenha superioridade numérica contra o adversário e, assim, consiga tocar bem a bola. Em muitos lances, a jogada acaba dando certo, mas em outros também acaba dando errado e comprometendo muito o sistema defensivo do time.
A grande meta de Fernando Diniz como treinador é fazer com que seus jogadores possam conseguir entender o jogo, ter a inteligência necessária para conseguir cumprir aquilo que tem como ideia.
Relação com elenco
Diniz é formado em Psicologia e, em diversas entrevistas, afirmou que, além de buscar fazer com que seus jogadores consigam aumentar seus rendimentos dentro de campo, também procura fazer de seus jogadores pessoas melhores. Seu relacionamento com os atletas é uma das grandes apreensões existentes em torno de seus trabalhos.
Em alguns momentos da carreira, Fernando Diniz apareceu falando com seus jogadores de forma mais ríspida, o que muitos entendem ser algo que possa ocasionar um problema com o grupo. A última discussão famosa de Diniz com algum jogador foi com Tchê Tchê, atualmente no Atlético MG, que quando atuava pelo São Paulo foi chamado de “perninha” e “mascaradinho” pelo treinador. Os termos significam que a pessoa é prepotente.
Uma das grandes preocupações que existe sobre o trabalho de Diniz é sua suposta falta de repertórios táticos. A filosofia já conhecida do treinador seria a única que ele implanta em seus times e isso acaba tornando-se um problema quando os adversários acabam aprendendo a jogar contra.
Por fim, o fato é que Fernando Diniz tem um grande desafio pela frente. O Santos corre está ameaçado de ser eliminado ainda na fase de grupos da Libertadores e não pode fazer grandes investimentos em contratações. Em seu último trabalho no São Paulo, o técnico pediu somente uma contratação e usou bastante a base.
Edison Marcelino Loureno
7 de maio de 2021 at 20:47
Fernando Diniz vai ter um grande estoque de Material Humano para trabalhar. Jovens inteligentes e promissores. Que ele consiga fazer essa aglutinação dos com os garotos, mesmo com o seu repertório escasso, o que vai funcionar mesmo, serão a INTELIGÊNCIA DOS ATLETAS. Eu creio que o Diniz vai se CONSAGRAR NO SANTOS, ASSIM ESPERO.
Carlos Alberto
8 de maio de 2021 at 19:05
O x do problema é parte da torcida que é ainda muito política, não agregam esperam e torcem pelo errado parar puderem agir violentamente, infelizmente não é só no Santos, i conservadorismo aqui é presente absurdamente…. Mas tentaremos mais um vez..
Decio Rangel Moreira Cavalcanti Junior
7 de maio de 2021 at 20:24
Não há diferença entre Fernando Diniz e Jorge Sampaoli no meu entendimento. Então, o Santos já tem a cultura no seu elenco e na base, onde tinha os sparring da época, hoje na sua grande maioria são os jogadores que estão no time principal.