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O Santos de 2021 é um fracasso

O Santos de 2021 é um fracasso, independentemente do que venha a acontecer no final da temporada.

Após um Brasileirão 2020 medíocre, uma Copa do Brasil 2020 curta como a credibilidade de um político e uma belíssima Libertadores da América, que só não foi melhor porque o grande responsável pelo feito teve medo de fazer seu time jogar, o Santos de 2021 é um fracasso.

Repetitivo? Não. O Santos de 2021 é um fracasso.

Como todos que me acompanham sabem, antes de ser jornalista, sou torcedor e sócio do Santos Futebol Clube.

Não votei em Andres Rueda. Hoje votaria e isto não me impede de criticar decisões da diretoria. Administrativamente a gestão é boa e tem tudo para fazer o Santos respirar financeiramente. Mas como você aumentaria a receita da Nestlé, por exemplo, se não vendesse mais chocolate (o principal produto do segmento)? O querido parceiro Caio Caju falou sobre a relação entre redução de despesas, queda de investimento no futebol e a consequente perda esportiva em uma coluna há cerca de uma semana.

Isto é o que acontece no Santos de 2021, que é um fracasso. A diretoria tem mostrado resultados positivos na administração das contas do clube, mas e o futebol? O time vice-campeão da Libertadores 2020 foi desmontado. Dos titulares naquele fatídico 30 de janeiro, Lucas Veríssimo, Luan Peres, Alison, Diego Pituca, Soteldo e Kaio Jorge já não estão mais no clube, vendidos a preços ínfimos se considerarmos o resultado esportivo que trouxeram dentro de campo. Restaram John (que, antes de se lesionar, havia perdido a posição para João Paulo), Pará (que continua nos assombrando como titular da lateral-direita), Felipe Jonatan, Sandry (lesionado) e Marinho (que optou por seguir carreira como influenciador digital). O “treineiro” Cuca também deixou o clube e hoje comanda o Atlético-MG, o mago das finanças, vivo em todas as competições possíveis.

O Santos de 2021 começou a temporada com o argentino Ariel Holan à beira do gramado. Depois de 12 jogos, uma panelinha bem temperada e uma pressão desproporcional, o argentino deixou o clube.

Então veio Fernando Diniz. Dono de uma utópica teoria de estilo de jogo ofensivo, com posse de bola e pressão na saída de bola, o treinador apresentou em campo o mesmo resultado de seus trabalhos em Athletico Paranaense, Fluminense e São Paulo (alô, torcedor vascaíno: boa sorte!): uma defesa completamente exposta, um meio-campo pouco criativo e um ataque pragmático.

Desde o último dia 8, quem comanda a equipe é Fábio Carille, aquele mesmo da escola Tite de retranca futebolística, que pode vir a ser, se conseguir implantar algum estilo de jogo em um time tomado pela desconfiança, o salvador de um vexame histórico. Em quatro jogos com Carille, o Santos empatou dois e perdeu outros dois, não marcando gols e sofrendo quatro (três na tarde de ontem contra o Juventude).

Ao contratar Holan, a diretoria defendia um projeto de longo prazo, e até parecia possível e animador. Com a saída do argentino e a chegada de Diniz, apostava em uma ideia, que só deu certo no Audax, em 2016, mas seguia defendendo uma linha ofensiva. Quando anuncia a justa demissão de Fernando Diniz e a chegada de Carille, a diretoria repleta de gestores renomados no mercado assume que o projeto futebolístico, tanto defendido na eleição, acabou e o resultado para evitar uma tragédia é o que importa.

Aliás, a temporada só não é mais vexatória porque o Santos se salvou de um inédito rebaixamento no Campeonato Paulista. Atenção! O Santos quase caiu no Paulistão!

Foi eliminado da Libertadores na fase de grupos pela primeira vez desde 1984 e pela segunda vez na história.

Na Sul-Americana, caiu para um fraco Libertad, sem sequer oferecer perigo ao adversário que já saiu bem atrás do Red Bull Bragantino na semifinal.

Por fim, a quarta eliminação da temporada veio nas quartas de final da Copa do Brasil, para um Athletico Paranaense nada intimidador, com duas derrotas e sem marcar um gol sequer.

A acachapante derrota de ontem é sintomática. Dez jogos sem vencer (oito no Campeonato Brasileiro), um gol marcado e onze sofridos nos últimos sete jogos e 16º na classificação com grandes chances de ser ultrapassado pelo Grêmio que possui dois jogos a menos. Some a isso um ingrediente crucial: onde estão as lideranças e referências do elenco? É o recém-contratado Emiliano Velázquez quem tem de dar a cara a tapa para a imprensa após os jogos? Onde está o muito bem pago e capitão Carlos Sánchez? O craque auto-proclamado Marinho?

A omissão é a marca registrada de uma tragédia anunciada.

São 54 jogos na temporada 2021, dos quais o Santos só venceu 17 (!!!), além de 16 empates e 20 derrotas, com 59 gols feitos (sendo um nos últimos sete jogos) e 68 sofridos.

O torcedor não aguentava mais ver o Santos de Diniz jogando.

Agora, o torcedor não aguenta mais ver o Santos cavando a própria cova.

É vergonhoso. É triste. É melancólico. É cheiro de tragédia. É gosto de vexame. É um fracasso.

A temporada de 2021 do Santos Futebol Clube é um completo fracasso. Não importa o que acontecerá daqui para frente.

Que os Deuses do Futebol continuem ao nosso lado e nos protejam do pior.

E vida longa ao Rei!

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