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Minha despedida com o Rei Pelé

Já passava das 2 horas da madrugada do dia 3 de janeiro, quando decidimos nos despedir de Pelé, por mais que soubéssemos que esse dia chegaria, quando aconteceu parece que pegou todos de surpresa.

Do lado de fora o clima já era estranho, pessoas andando em silêncio, algumas de cabeça baixa, outras chorando, até as crianças pequenas andavam quietas, sem entender o que estava acontecendo.

Quando entrei no salão de mármore ainda não acreditava no que via ali no centro do gramado, um silêncio entre tantas pessoas, só quebrado algumas vezes por uma ou outra pessoa que soltava a voz emocionada, querendo expressar sua dor, filas enormes, calor absurdo e ninguém reclamando de nada. Pelé era do povo e esse não saiu do seu lado um minuto sequer, seja em vida ou na sua despedida.

Os refletores acessos iluminavam o corpo de Edson, ali no meio do campo, no palco que viu nascer o maior jogador de todos os tempos. Na vila que o consagrou, agora amparava sua imortalidade.

Uma emoção brotava de mim, por tudo o que representou ao futebol, mas principalmente ao nosso Santos, projetando e colocando ao topo do mundo. Lembrei que meus avós (Domingos e Almerinda) viram o Pelé nascer ali naquele gramado, meus pais (Delphino e Dilma) viram o Pelé campeão de tudo, eu já nascida infelizmente não me lembro de sua despedida do futebol e meu filho (Guilherme) viu a partida dele desse mundo.

Depois da minha oração fiquei olhando tudo ao meu redor, a Vila silenciosa, a arquibancada, o gramado e todos com os olhos nele, só que agora o olhar era emocionado. Um filme de tudo o que aconteceu ali durante décadas resumido em uma cena, difícil não chorar…

Ficamos órfãos, agora você descansa em solo santista para sempre, será eterno em nossos corações e sorte a nossa que tivemos você aqui bem do nosso lado.

Obrigada por tudo, Rei Pelé!

 

1 Comment

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  1. Bruna Novaes

    7 de janeiro de 2023 at 16:08

    Incrível! Eterno em nossos corações! 👑🤍🖤

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