O Santos é um clube diferente de todos os outros, tem algo de mágico e místico como a própria cidade de Santos que se notabilizou como a terra da Liberdade, por seu caráter libertário e progressista.
Em Santos o absurdo as vezes se torna possível e é muito difícil separar as lendas dos fatos, fazendo com que a Cidade seja o pesadelo daqueles que se prendem a suposta realidade.
Aqui em Santos uma santa (Nossa Senhora do Monte Serrat) soterrou piratas, quando o destino do povo era a morte certa; aliás, a mesma santa cujo nosso herói Marcelo Fernandes carrega nos braços por devoção.
Nessa mesma cidade, os escravizados encontravam a liberdade nos quilombos do Jabaquara, Santos Garrafão, Pai Filipe e tantos outros espaços de liberdade da amada terra santista, ajudados por capoeiristas e ao som dos tambores do que seria o Samba.
Santos que aliás é a terra onde surgiu a primeira escola de Samba paulista. Para quem ama a tradição da boa música o ouro verde é uma excelente pedida, onde abençoado pelos bambas se curte a ancestralidade africana miscigenada do samba!
Foi nessa terra, neste terreno fértil de liberdade (berço de José Bonifácio) que surgiu o Santos Futebol Clube, time legitimamente caiçara, claramente fruto dessa terra, nascido da insatisfação dos santistas pela perda do Americano, clube que abandonou Santos em busca de se tornar gigante e sumiu.
Pois é meus amigos, o Santos futebol clube, ao contrário, sempre teve as raizes nessa terra abençoada, teve jogador que peitou o presidente da república (Feitiço), teve negros desde a fundação (África era um dos nomes colocado à mesa no momento da fundação) e o mais importante foi e sempre será a terra do Rei, Pelé e Santos se tornaram um só quando o ainda jovem menino franzino pisou na nossa terra sagrada.
NÃO PERCA SUA ESSÊNCIA!
O Rueda e tantos outros tentaram mudar a essência santista. O clube pode e deve se profissionalizar e aperfeiçoar cada vez mais, mas não pode se afastar da sua verdadeira essência. O presidente precisa SIM subir o Monte Serrat (nem que seja de bondinho), os ídolos eternos precisam ter portas abertas em qualquer setor do clube e principalmente NÃO podemos perder nossa essência, que pode soar como despretensiosa ou vadia aos olhos preconceituosos dos frios Faria Limers, mas é apenas um grito de liberdade, por todos os poros de ser santista.
Obrigado Marcelo Fernandes (que carinhosamente chamo de Presuntinho), sua simplicidade de andar de pés descalços pelas escadarias do Monte Serrat mostram que em Santos e no Santos a fábula e a realidade se misturam. E aos que odeiam Santos e o Santos, os dias estão sendo muito difíceis.