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EXCLUSIVO – Ex-membro do comitê gestor, Pedro Dória diz haver incoerência em sua expulsão do quadro associativo do Santos

Pedro Dória Mesquita, ex-membro do comitê de gestão de José Carlos Peres teve sua expulsão do quadro associativo do Santos confirmada na reunião do conselho deliberativo da última segunda-feira.

A situação envolvendo Pedro Dória aconteceu após ele ter assinado um documento que viabilizou o pagamento de uma comissão na transação do, então atacante santista, Eduardo Sasha. A comissão em questão foi paga de forma irregular.

Em 2019, Santos e Internacional de Porto Alegre entraram em um acordo onde o lateral Zeca foi vendido ao colorado e Eduardo Sasha, que estava emprestado ao Santos pelo Inter, foi cedido de forma definitiva para o Santos. No acordo, José Carlos Peres e Pedro Dória assinaram um documento para autorização de uma comissão na compra de 50% dos direitos federativos de Sasha.

No documento em questão, as duas assinaturas foram as únicas que constam entre os membros do CG (comitê de gestão) da época. O Estatuto Social prevê que, na ausência do presidente, quem responde legalmente pelo clube é o vice-presidente, porém, o vice em questão era Orlando Rollo que não estava presente no momento que foi preciso realizar a assinatura. 

Pedro Dória alega em seu favor, que na ocasião ele era o único integrante do comitê presente em Santos e que na ausência de Orlando Rollo, ele foi acionado para resolver a questão. Além disso, Pedro também disse que ninguém do comitê gestor a época questionou a atitude tomada por ele.

A expulsão de Dória foi votada por ampla maioria dos conselheiros atuais. Com a decisão, além da expulsão, o Santos pode acionar a justiça e cobrar o ressarcimento financeiro dos valores que lesaram o clube.

O Portal Meu Peixão entrou em contato com Pedro que alegou ter acontecido algumas incoerências em pontos levantados sobre o caso na reunião do conselho.

“Eu fui julgado sem sequer saber que estava sendo julgado. Teve um julgamento onde eu não pude participar para dar a minha versão. Os membros do comitê de inquérito não abriram nenhum espaço para mim. O que foi feito, foi um questionamento via e-mail.” disse o ex-membro do CG. 

Existe uma “tradição” do Santos que sempre quando vai acontecer a reunião do conselho deliberativo, alguns veículos de comunicação soltam um comunicado de convocação aos conselheiros, informando a data da reunião e as pautas que nela haverão. Pedro, questionou o fato de que não houve convocação da reunião realizada na última segunda-feira (2).

“Pela primeira vez, de forma inédita, a convocação não foi colocada no Jornal A Tribuna como sempre é feito. Inclusive, por essa gestão também. Talvez por receio de que eu entrasse na justiça e tentasse embargar de alguma forma a pauta” concluiu. 

Sobre o contrato em questão, Pedro Dória explicou sua versão do que aconteceu:

“O negócio (negociação do Zeca) foi feito em um contrato que já estava existente. Não houve intermediação na aquisição do Sasha. O Eduardo Sasha veio por contrato de empréstimo em 2018 e eu nem era integrante do comitê de gestão do clube ainda.. Foi um contrato firmado pelo Rollo e pelo Peres. Não teve ata de comitê de gestão nem nada. Foi um contrato feito anteriormente a posse dos membros do comitê de gestão e não houve deliberação. Ponto final.”

O principal fator que chegou até sua expulsão do quadro associativo do Santos foi a de que existiu uma comissão irregular. Pedro confirmou que o contrato previa uma comissão, mas negou que o pagamento dela foi irregular. 

“O jogador foi contratado com comissionamento. O Santos não pagou nenhuma prestação dessa comissão. Na aquisição do jogador (que aconteceu de forma definitiva em 2019) houve uma repactuação. Até então, todos os contratos eram firmados pelo Orlando Rollo que era o vice presidente. Foi a primeira vez que eu fui convocado para firmar um contrato, porque o Rollo não estava em Santos, estava em viagem, sei lá, não sei o que estava fazendo e não estava em Santos. O jurídico me convocou prontamente e eu fui lá, me dirigi ao jurídico e tomei ciência do que foi colocado. Houve uma deliberação pelo WhatsApp que, neste negócio, ficou definido que não teria comissão. Porém, o contrato anterior teve comissão e não foi pago nada. Por isso foi preciso ser repactuado. Está claro. Inclusive, a própria CIS reconhece isso” explicou Pedro Dória. 

Ainda sobre sua sentença, Pedro questionou a decisão do comitê de inquérito e sindicância pela sua expulsão. 

“Aplica uma pena (CIS) sem eu participar e me defender de fato, corretamente. Sem publicação do chamamento da reunião nos meios de comunicação sobre um fato que eles sabem que foi questionado 17 meses depois que o contrato foi firmado sobre um outro contrato que já existia. Foi uma repactuação do contrato de intermediação do empréstimo, porque o Santos não havia pago absolutamente nada. Tem um instrumento lá que é claro, que o intermediário, o empresário do jogador, que é o representante legal e que negociava pelo cara. Então, na aquisição  não houve intermediação, o que houve foi uma repactuação” finalizou. 

Entrando nos méritos do processo em si, também houve questionamentos de Pedro Dória que disse ao Portal Meu Peixão: 

“Eu não recebi os autos do processo que foi levantado. Foi um processo politico onde só uma parte explanou e, a outra parte nem sabia que estava rolando uma reunião. Agora eu vou pedir uma reconsideração, apresentando de fato os elementos, e solicitando a avaliação disso. Até a dosimetria da pena foi absurda. Modesto Roma e Cesar Conforti tiveram apropriação indébita, uso exacerbada do cartão de crédito corporativo (em seus processos) e levaram uma pena de seis meses. O meu, por uma infração estatutária que eles alegaram, não foi pena e nem ato ilícito. Foi uma interpretação e que não trouxe ônus ao clube, pelo contrário, trouxe bônus ao clube, porque o clube repactuou algo que era devido no primeiro contrato. Além disso, resolveu o problema do Zeca que se acertou com o Internacional’. 

Pedro também alegou que a dosimetria que foi inserida no caso dele, foi totalmente descompassada, apenas pela vontade de atingi-lo e que sua assinatura no contrato foi somente uma formalidade contratual. Sobre os próximos passos do caso, Pedro Dória encerrou dizendo que não cometeu nenhum erro e que, se for preciso, tomará as medidas cabíveis para realização de sua defesa. 

“Eu fui um dos raros personagens que passaram pelo clube que saiu com o mesmo carro e mesma casa que entrei. Eu não tenho absolutamente nada que me desabone. Quem paga as minhas contas e as contas da minha família sou eu e irei tomar as medidas cabíveis administrativas e, se preciso for, também tomarei as medias cabíveis judicialmente se não for dado o devido direito de autodefesa” encerrou Pedro. 

 

1 Comment

1 Comment

  1. Floreal

    3 de agosto de 2021 at 22:00

    Tem que cobrar também do Modesto,do sobrinho dele,do Rollo,de todo esse pessoal que prejudicou a entidade SFC

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