Bastidores

“Nós precisamos pensar grande”, diz Walter Schalka ao Meu Peixão

Foto: Julio Bittencourt/Valor

Ano após ano o Santos sofre com a falta de dirigentes competentes para lidar com vários problemas no clube – fato que comprova o mau momento financeiro que o Peixe vive. Agora, ao que parece, a torcida tem muitos motivos para sorrir no que diz respeito aos membros do Comitê Gestor. Um dos grandes nomes do CG é o executivo Walter Schalka. O gestor santista é presidente da Suzano (empresa de papel e celulose), e foi eleito o Executivo de Valor 2020 na categoria papel, papelão e celulose em premiação do jornal Valor Econômico. Além disso, foi a primeira pessoa a receber por seis vezes consecutivas o prêmio de CEO do ano da América Latina no setor de papel e celulose pela Fastmarkets RISI.

No último final de semana, o membro do Comitê Gestor do Santos conversou com a reportagem do Meu Peixão sobre alguns assuntos relacionados ao clube da Baixada Santista. Um dos assuntos foi o papel dele no grupo que se reune para discutir, propor soluções e resolver os problemas do Peixe. “O presidente Rueda pediu – apesar das decisões serem colegiadas – que eu desse atenção para questões de pendências anteriores, que envolvem: acordos, contratos e pendências jurídicas anteriores [não resolvidas]. A ideia é limpar isso o mais rápido possível para que possamos ter menos problemas relativos às pendências financeiras ou jurídicas do passado”, contou Schalka.

Como todos sabem, o principal problema que faz todos os santistas terem dores de cabeça é o assunto financeiro do clube – tanto é que o Santos está impedido de registrar novos jogadores. Com pouco mais de três meses no clube, o Comitê de Gestão já tem uma ideia do estrago feito pelos dirigentes anteriores. “A situação financeira do Santos é uma situação delicada sim. É uma situação que compreende dois fatores específicos. O primeiro é o fato de que nós temos um problema econômico no que diz respeito ao desequilíbrio de receitas e despesas recorrentes. Nós temos um déficit recorrente que deve ser eliminado. Sem isso, nós sempre vamos criar furos. O segundo ponto é relativo às pendências que vieram e precisam ser resolvidas. Nós temos que dar credibilidade aos credores, isso é muito importante. Nós estamos cumprindo com os acordos que estamos fazendo. Além disso, é fundamental que possamos ter a solução econômica/financeira para o futuro! É preciso aumentar as receitas, reduzir as despesas recorrentes e pegar as receitas extraordinárias que eventualmente tenhamos para sanar os problemas do passado”, disse.

Patrocínio Master

É visível que o torcedor santista tenha percebido que estamos sem patrocinador master fixo para a categoria de futebol masculino (principal). O Santos não tem patrocinador master desde 2018, quando ainda era patrocinado pela Caixa. De lá pra cá, o Peixe conta com patrocinadores no espaço principal de forma não fixa – como foi na final da Libertadores. Além disso, conta com patrocinadores em outras partes do uniforme. Walter Schalka disse que é um assunto extremamente importante e que a gestão Rueda pretende resolver. “Entendemos que [o patrocínio master] é uma oportunidade de aumento de receita. Eu tenho convicção que nosso Departamento de Marketing vai buscar alternativas pra isso. Tenho fé que consigamos resolver a questão para que possamos ter o nosso Santos com patrocínio master adequado e com geração de receitas adicionais ao clube”.

Desafios

Com muitas polêmicas, gestões ruins e presidentes que “viviam em Marte”, o principal  prejudicado na história toda foi o Santos. É nítido que Rueda e seu Comitê Gestor terão um grande trabalho para “trazer” o Peixe de volta. Com muitos empresários santistas no CG, Schalka falou dos desafios que o grupo enfrentará e o que precisarão fazer para que o clube tenha a devida profissionalização que os torcedores tanto cobram. “Nós sabemos a importância que é o Santos arrumar a casa, colocar o clube mos trilhos e fazer com que o clube volte a ter uma visibilidade nacional relevante. O Santos é o clube com maior visibilidade internacional, e nós precisamos pensar grande. Esse é um desafio que nós [do Comitê Gestor] colocamos. A primeira etapa é arrumar a casa! Fazer com que as coisas funcionem adequadamente, ter uma estrutura, processos e sistemas sejam adequados. E em breve buscarmos oportunidades para fazer um crescimento de receita e potencialidade para ter resultados esportivos melhores. Nosso grande objetivo é equalizar a questão financeira de um lado, e do outro lado é buscar resultados esportivos ao longo da gestão. Tenho certeza que o presidente Rueda é uma pessoa muito bem preparada, muito compenetrada, super competente e vai buscar os resultados adequados para isso. Nosso papel é apoiar Rueda e José Carlos [vice-presidente] nesse objetivo”. Ainda, o gestor santista disse levar sua vasta experiência profissional e expertise para dentro do Santos, e que “está totalmente compenetrado e dedicado ao clube alvinegro”.

Legado

Por fim, Walter Schalka disse que o legado é algo muito importante, e o legado que quer deixar ao clube não consiste apenas em títulos ou parte financeira. “O legado do Santos não pode ser um legado só financeiro ou só títulos. O legado tem que ser estrutural para o Santos. Uma estrutura que ao longo do tempo seja blindada. Por exemplo nas trocas de poder, que é algo natural num clube de futebol. E que tenha um projeto de longo prazo na criação de valor para o clube, torcedor e associado. Esse é nosso grande objetivo: deixar uma estrutura blindada para o futuro para não ficarmos na dependência do gestor de plantão. Se conseguirmos isso, terá sido um maravilhoso legado para as próximas gerações do Santos”, finalizou.

8 Comments

Comentário(s)

  1. Elton Luiz

    30 de março de 2021 at 17:43

    Grandes Gestores em pró do Santos FC , 3 anos de autoridade e aos poucos o Santos FC entra nos eixos , 700 milhões de dividas não é fácil , mas vamos seguir em frente com a nova diretoria que está trabalhando para o nosso clube de forma honesta e eficaz

  2. Floreal

    22 de março de 2021 at 11:48

    Pensei que iam trazer grupos de investidores para o Santos. Aliviando as despesas e com participação em futuros lucros. Investidores parceiros para compra e construções de CTs, em troca de percentagens em jogadores que saíssem desses CTs. Patrocinadores master internacionais pro feminino e masculino. Como investimento na base em troca de incentivo em impostos. Agora fazer o que estão fazendo é o mais do mesmo. Vender jogadores,dispensar funcionários, economizar em comida, não precisa ser CEO premiado. Tem que buscar dinheiro de fora, sem acabar com o time

  3. Jose Batista dos Santos

    22 de março de 2021 at 11:25

    Parabens ao Santos futebol clube,que este conselhodelllllllllliberativo que pelo o que vi na reportagem sao grandes gestores que faça do Santos um lugar onde o atleta tem prazer em querer jogar ,vamos do do peixe um peixao.

  4. João Carlos

    22 de março de 2021 at 10:20

    Acredito muito nessa nova diretoria.

    • tadeu lassen

      22 de março de 2021 at 13:22

      Também acredito

  5. Leonardo

    22 de março de 2021 at 08:27

    O texto é bonito . Vamos ver a prática pois esse mesmo senhor esteve no Santos na gestão LAOR. 👍🏻

  6. Evailson Nunes

    22 de março de 2021 at 07:25

    Acredito eu que o Santos fc ainda nos trará muitas felicidades no futuro e que o Santos não tenha mais presidente falso que só
    vivia em Marte.

    • Paulo Marcos Giannoni

      22 de março de 2021 at 11:25

      É muito importante deixar um legado positivo para futuras gestões, mas não só de legado vive principalmente nosso SFC. Precisamos andar junto com títulos e uma grande equipe, que não fique só como participante de campeonatos. Já é provado que títulos financeiramente é um grande negócio, o exemplo é os irmãos verde da Capital. Abraço

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