As Sereias da Vila são conhecidas, isso é um fato. Mas, que recentemente, também na base feminina, o Santos realiza um belo trabalho e começa a criar suas raízes, assim como já se é feito no masculino, com todo um projeto.
Prova disso é que o Santos foi campeão paulista no ano passado. No Campeonato Brasileiro de 2020 realizado no começo desse ano e recém-finalizado, as Sereinhas fizeram uma boa campanha, sendo derrotada duas vezes, curiosamente, pelas duas finalistas. O torneio foi vencido pelo Fluminense.
Primeiro, devemos falar da parceria com projeto “Meninas em Campo”, que começou em 2018 com Ricardo Silva, o primeiro treinador desse projeto, onde busca garotas com o sonho de ser jogadora de futebol. Para se ter uma ideia da força, em 2019 o time já chegou na semifinal do campeonato Brasileiro feminino sub18, com isso e do nome que o Santos e as Sereias têm também no cenário do futebol feminino, quase 400 meninas fizeram o teste no ano passado, junto com a chegada professor Felipe Freitas em 2020, junto com sua comissão técnica, começava seu trabalho naquele momento também.
Felipe Freitas é um técnico que, apesar de todas as adversidades da pandemia, conseguiu implementar a análise de desempenho e todos os seus benefícios de uma forma bem complementar na base. Com isso, as meninas também começam a entender e ter a visão mais ampla do futebol mais moderno, expandindo seus conhecimentos de forma não só dentro do campo, mas principalmente fora dele. Os métodos podem impactar em modelo de jogo, transições e posicionamentos.
Com isso, jogadoras reveladas da base começam a surgir. Primeiro exemplo foi a atacante Amanda Gutierres. Ela foi artilheira do Campeonato Brasileiro Sub-18, com 16 gols. Sendo assim, teve sua promoção ao time profissional.
No fim de 2020, assumiu a titularidade da equipe principal, fazendo dupla de ataque com Cristiane e terminou a temporada com 22 jogos e 10 gols marcados. Além de Amanda, a zagueira Sassá, as meio campistas Laura Valverde, Luana Theodoro e Giovana Fernandes, assim como as atacantes Analuyza e Nicole Marussi, já fizeram sua estreia no profissional e também jogam na base.
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Gi Fernandes, inclusive é a segunda jogadora mais nova a estrear pelo profissional, com apenas 15 anos, em toda a história do Santos. A atleta está atrás somente do lendário seu Coutinho, inclusive à frente até de Ketlen que era a detentora desse recorde no feminino.
Luana, em sua estreia na Vila, marcou um belo gol de fora da área, digno de aplausos na vitória do Santos sobre o Audax, por 5 a 0, pelo Brasileiro Feminino.
Marussi mostrou que tem estrela ao marcar pela primeira vez em um clássico, na final contra o São Paulo, pela Copa Paulista.
Mas o Santos também foi ao mercado se reforçar em 2021, com a diretoria buscando um reforço de Seleção Brasileira. A lateral direita Bruninha, vinda do Internacional, que curiosamente acabou até sendo anunciada pela CBF antes mesmo que a equipe do Santos. Ela é frequentemente lembrada nas seleções de base, porém, em virtude da pandemia, a defensora ainda não fez sua estreia.
O resultado disso, além de ser visto em campo, com bons resultados, também começa a ser notado em inúmeras atletas, de várias posições com uma frequência muito alta para as Seleções sub-17 e sub-20, que são apenas as duas categorias femininas. Podemos perceber que há uma transição de base para o profissional e quem tem a ganhar isso é o Santos, que nessa fórmula de revelar jogadores, agora revelando jogadoras, com nosso DNA, mais do que reconhecido mundialmente, trará frutos a curto, médio e longo prazo.