O Santos já está se planejando para 2024 e, para isso, negocia a contratação do treinador Thiago Carpini. Nas últimas horas a negociação avançou e o treinador que está de férias voltando para São Paulo deve se reunir com Alexandre Gallo nesta terça-feira (12), afim de chegarem a uma definição.
Carpini e Santos mantém conversas desde o último domingo (10). Porém, foi nesta segunda-feira que a negociação começou a sinalizar para um rumo positivo. Até por isso, Gallo deve conversar com o profissional.
Além de negociar com Carpini, o Santos vai precisar conversar com o Juventude e negociar o pagamento da cláusula de rescisão contratual do treinador que é superior a R$ 1 milhão. Carpini possui contrato com a equipe gaúcha até o final de 2024.
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Thiago Carpini tem 39 anos, é um jovem treinador da linha estudioso e que prefere um futebol praticado com posse de bola e domínio sobre os adversários. Comandando o Juventude, Carpini teve 17 vitórias, 11 empates e apenas 4 derrotas em 32 jogos. Foram 39 gols marcados e 24 sofridos. Mas sua trajetória já vem chamando atenção antes disso.
Depois de atuar como volante no Bahia, Ponte Preta, Atlético-MG e Guarani, Carpini iniciou a carreira na função de treinador em 2019. Desde então, coleciona passagens pelo próprio Bugre, Oeste, Santo André e Ferroviária. Mas os olhares para Carpini se tornaram diferentes depois do treinador conseguir levar o Água Santa até a final do Campeonato Paulista em 2023 e, com isso, conseguiu conquistar o prêmio de melhor treinador da competição.
O esquema preferido do treinador é o 4-3-3 com dois volantes, um meia, dois pontas e um centroavante. Porém, Carpini não fica preso em uma única ideia tática. O treinador já atuou, inclusive, com esquema com três zagueiros.
ESCOLA ARGENTINA COMO INSPIRAÇÃO E GUARDIOLA COMO ESPELHO
Thiago Carpini já falou em algumas oportunidades que se inspira muito na escola argentina de futebol. O treinador tem Diego Simeone, do Atlético de Madrid, como exemplo de competitividade em alto nível e organização ofensiva e defensiva.
“Violência é uma coisa e competitividade é outra bem diferente. Acho que talvez é o que mais falta para o nosso futebol. Eu dei muito o exemplo de Brasil e Croácia, que se alguém tivesse matado a jogada, nós talvez não teríamos sido eliminados. Sou fã do futebol argentino e acho que um dos melhores jogos que eu já vi foi a final da Copa do Mundo (Argentina e França). Jogaço no quesito de jogar, de competir e propor. E essas são as ideias que eu tenho e acredito”, afirmou Thiago Carpini, em participação no programa Boleiragem, do Sportv, em 3 de abril.
Além do futebol argentino e Diego Simeone, o nome de Pep Guardiola é um grande espelho para Carpini. O treinador, em entrevista para o Show dos Esportes, da Serra Gaucha, em novembro de 2023, falou sobre isso.
“Tive a oportunidade de ver alguns treinos e estar próximo em um período. Em 2020/2021 voltei pra Europa pra fazer um período de observações. Acompanhei o Simeone em Madrid, o Jesus no Benfica e tive a oportunidade de ir à Barcelona, no finalzinho do Guardiola. Pra mim ele é diferente. Acredito muito nas ideias, um cara top. Se vê muita coisa boa. No Brasil, não estamos muitos distantes como algumas pessoas mensuram. Se você passar uma semana e ver um microciclo de treino, verá o tamanho e organização, preparo e convicção das pessoas que tomam as decisões, mas infelizmente isso no Brasil é uma coisa que precisaria ser mudada. Lá há continuidade no trabalho, você vê quantos anos o Klopp está no Liverpool… No Brasil é muito difícil ver isso. A paciência com o treinador local é menor. E em relação a conceitos, são coisas que eu já acreditava. Vi bons trabalhos defensivos, como o Simione, um cara que o que propõe fazer consegue com tão pouco, em comparação ao que é o mercado internacional; o Atlético não é o Real Madrid, nem tem o investimento de um grupo como o City, mas ele consegue sempre brigar num bom nível”, disse.