O ex-atacante Alberto é querido pelos torcedores do Santos por ter marcado um golaço de bicicleta no rival Corinthians, em 2002, ano em que o Peixe foi campeão brasileiro e encerrou um jejum de 18 anos sem títulos.
O gol foi construído após jogada de Diego pelo lado esquerdo. O meia cruzou para área, a zaga corintiana afastou parcialmente e Alberto acertou uma bicicleta para abrir o placar no Pacaembu. Na ocasião, o Santos venceu o Corinthians, por 4 a 2, pelo Campeonato Brasileiro. Porém, o lance de Alberto quase não aconteceu.
Em entrevista exclusiva ao Meu Peixão, Alberto contou que estava doente um dia antes do clássico. Após o último treinamento no CT Rei Pelé, o ex-jogador foi para casa com o objetivo de repousar até a saída da delegação santista para São Paulo. No entanto, ele teve uma surpresa.
“Mudaram nosso cronograma de saída, a logística foi mudada. Fui para casa dormir, pensando na recuperação. E aí mudaram. A saída foi antecipada, nem cheguei a ver. O Diego (atual meia do Flamengo) me ligou e disse: ‘Alberto, a saída é agora’. Eu respondi que eles queriam brincar até este momento, só queria descansar um pouco, desliguei o celular”, disse o ex-jogador.
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“Veio o Robinho e disse a mesma coisa, tinha falado que estava no ônibus. Pedi pra pararem de ligar porque estava descansando. Só que o Robinho passou para o Pedro Santilli, que era auxiliar do Leão. Aí gelei, já comecei a jogar minhas coisas na bagagem, ele disse que eu tinha cinco minutos para chegar. Lembrei da palestra do Leão, falava sempre que era rigoroso com horário, que todos precisavam cumprir. Até falou que uma vez, quando ia se atrasar para se apresentar à Seleção Brasileira, pegou o carro e chegou na frente do resto”, acrescentou.
Alberto quis usar a mesma tática do ex-goleiro e chegar em São Paulo antes do ônibus do Santos. A tentativa não deu certo, pois uma pista da rodovia estava fechada. Com isso, precisou usar outro caminho, enfrentando um engarrafamento.
“Cheguei lá, estava escuro, já estava à noite. Cheguei no hotel, o Leão estava na recepção, olhou para mim e disse: ‘Vai comer’. Já achei que não ia jogar. Fiquei tenso a concentração inteira, estava focado para o jogo. A preleção o Leão não falou o time. Chegamos no Pacaembu e vi minha chuteira em cima do material. Olhei o número e estava ‘9’. Com isso, já imaginei que seria meu jogo, vi que o Leão tinha me colocado responsabilidade para fazer um bom jogo. Lembro que o “LANCE!” tinha me dado nota 10. Eu atacava, brigava, defendia, peitava os caras, o gol foi o mais bonito. Joguei demais, foi importante este gol, porque me amenizou um problema que eu poderia ter. Se fosse mal, não poderia atuar pelo resto do campeonato”, contou Alberto.
Veja mais detalhes da situação no vídeo abaixo:
Naquele ano, Alberto chegou a passar por um jejum de gols, mas foi decisivo na semifinal do Brasileiro contra o Grêmio, quando marcou dois gols, um deles de letra. Ele terminou o torneio com 12 gols marcados.