Desde que chegou ao elenco em janeiro de 2016, Paty Nardy viveu momentos importantes da sua trajetória no futebol. Nas Sereias da Vila a goleira assinou seu primeiro contrato profissional, fez a transição de atleta para comissão técnica e se aposentou.
Antes de chegar ao Santos, Paty foi para os Estados Unidos em 2007. Formada em educação física no Brasil, se especializou em Human Performace pela Union College.
Atuou em times universitários, e foi campeã nacional pela Women’s Premier Soccer League em 2012.
No seu retorno ao Brasil, jogou futsal pelo Americana FC. Depois de um período parada devido a uma lesão de ligamento cruzado, chegou ao Peixe onde foi campeã Brasileira de 2017 e Paulista em 2018.
A arqueira recorda com carinho dos momentos que viveu no clube. Vestiu a camisa das Sereias em 47 oportunidades.
”Uma experiência sensacional. Lembro a primeira vez que entrei na Vila. Foi muito emocionante. O Santos é gigante, principalmente no futebol feminino. Eu sabia que muitas meninas sonhavam em estar lá. Fiquei muito feliz e orgulhosa com aquela oportunidade”, recorda em entrevista ao Meu Peixão.
Após encerrar a carreira em 2019, Paty migrou para a comissão técnica, onde colaborou diretamente na conquista da Copa Paulista de 2020.
Na ocasião, o Santos venceu o São Paulo nos pênaltis no Morumbi, com direito a defesa da goleira Michelle, orientada diretamente por Paty à beira do gramado.
O convite para ser treinadora surgiu por meio do ex-técnico Guilherme Giudice, quando Paty já pensava em encerrar a carreira de atleta.
“A transição foi muito tranquila. Antes de chegar ao Santos ,eu já tinha feito cursos para a área. Trabalhei nos Estados Unidos preparando as goleiras. Confesso que me surpreendi pois eu era titular, mas fiquei feliz com a oportunidade”, conta.
Paty foi dispensada do clube no início deste ano, após a reformulação da comissão técnica.
“Confesso que me doeu, fiquei muito triste, mas ao mesmo tempo, saí com a consciência tranquila e satisfeita com tudo que entreguei. O tempo em que estive no Santos me doei, e sempre fiz o meu melhor”, desabafa.
Sem clube profissional atualmente, Paty é preparadora de goleiros da escola Meninos da Vila de Praia Grande e sócia do FutDelas, ao lado de Luana Paula, preparadora física do Corinthians SUB-17 Feminino.
Veja outros trechos da entrevista com Paty Nardy
MP: Começou a sua carreira jogando no gol?
Paty Nardy: “Iniciei no futebol aos oito anos. Virei goleira com 12. Lembro que gostava de ficar brincando no gol durante o intervalo dos treinos. Sou de Campinas, sempre torci para o Guarani. Quando fiquei sabendo que teria chance de fazer um teste no clube, decidi ir como goleira. Sabia que como jogadora de linha eu não passaria”, brinca.
MP: Como observa o amadurecimento da posição?
Paty Nardy: “A posição é a que mais cresceu nos últimos anos no futebol em geral. Falando especificamente do feminino, não é diferente. A evolução das goleiras é nítida. Antigamente, era comum ver muitas falhas absurdas. Toda essa melhora se deve à capacitação dos profissionais que treinam as goleiras, além do crescimento da categoria de base”, avalia.
MP: De todas as atletas com quem atuou, quais você destacaria?
Paty Nardy: “Acredito que aprendi com quase todas com quem eu joguei. Mas citaria as mais experientes, como Aline Pellegrino na minha passagem pela seleção brasileira, Alline Calandrini na seleção e depois no Santos, Thaís Picarte, também nas Sereias, Aline Reis quando atuamos juntas no Guarani dos 12 aos 18 anos e a Cristiane, com quem joguei contra, e pude estar ao lado no ano passado como parte da comissão técnica”, finaliza.