É notório e sabido por todos que acompanham minhas colunas, que eu já teci diversos elogios a grande capacidade de lidar com finanças do atual Comitê de Gestão, liderado pelo presidente Andres Rueda. A expertise que sua carreira lhe ofereceu, e o “know how” que sua vitoriosa jornada o fez adquirir, era uma habilidade que viria a calhar na administração que necessitava de uma transformação de mentalidade, e que a austeridade financeira fosse objetivo primário dentro da primeira metade do mandato.
No entanto, seria fundamental que Rueda se cercasse das pessoas certas para comandar o futebol do Santos, mesmo porque, em debate na época de eleições, questionado sobre como enxergava o futebol dentro da instituição, ele respondeu: “Não entendo de futebol, não quero entender e tenho raiva de quem entende”. Resposta esta que deixou atônito qualquer um naquele instante que constatava seu nome na liderança de todas as pesquisas.
Rueda em uma inovadora e elogiável live de prestação de contas, disse que seria necessário cortar na carne, porém alguém que entende de futebol precisa contar pra ele que o time precisa se manter minimamente competitivo para que as receitas de cotas e premiações entrem, para que os boletos sejam pagos. Não adianta cortar o capim da vaca e esperar que ela dê leite.
Hoje de manhã tivemos ciência por meio de uma “coletiva” do presidente, que Ariel Holan não é mais técnico do clube. E todo o processo seletivo, todo o planejamento realizado, volta à estaca zero nas vésperas de um confronto decisivo que pode nos eliminar virtualmente da Libertadores da América.
A impressão que fica é que a direção de futebol está perdida. Começando por quem cuida do futebol dentro do Comitê de Gestão, passando pela escolha de gerência de base de um rapaz que tem rebaixamentos no currículo com Paraná e Figueirense, até a figura do diretor de futebol Jorge Andrade, que deveria ser o elemento de ligação entre atletas, comissão técnica e diretoria, e além de não fazer nada, passa a impressão que todos, absolutamente todos, os que cuidam do futebol parecem não ter a mínima noção do que é necessário fazer neste momento.
Talvez eu diga o que era necessário fazer, sem gastar um mísero tostão.
Punir ou chamar a atenção dos jogadores que ligaram pra Lisca Doido para fazer lobby, afinal, existe quem joga futebol, e quem gerencia o clube. Não adianta eu querer construir uma casa enquanto um engenheiro peleja por causas processuais em uma audiência, cada um tem a sua função e profissão. Acordar para a vida. Jogador que faz live usando redes sociais em vestiário cobrando salários atrasados após passar pelo Boca Juniors, mas que em hipótese nenhuma gostaria que algum cartola do clube fizesse live ou desse alguma entrevista cobrando a PIPOCADA que ele deu dia 30 de janeiro, porque ROUPA SUJA SE LAVA EM CASA. Não passar a mão na cabeça de jogador que sai xingando técnico, posta meia dúzia de palavras depois no Instagram e se vitimiza se é cobrado. Meu amigo, gosto muito de você, mas jogador do Santos TEM QUE SER COBRADO, não quer ser cobrado, vai jogar no União São João de Araras. Enfim, um time onde todos parecem desconcentrados e descompromissados, e que NINGUÉM DO DEPARTAMENTO DE FUTEBOL BATE NA MESA PARA COBRAR NADA.
Aliás, que covardia fizeram com o Argentino, deixaram o cara sozinho fritando. Ninguém da direção, que na apresentação do técnico falavam em projeto a longo prazo, em disseminação de filosofia, de mudança ou resgate de cultura, deu a cara para bater e blindou o técnico. NINGUÉM. Deixaram o cara com um rabo de foguete no colo, com transfer ban comendo solto, um elenco que não ganharia a taça das favelas depois de tantas perdas por transferências e contusões e jogando com a vontade que tem jogado, e absolutamente ninguém bancou o técnico. Pelo contrário, implicitamente, hoje, o presidente disse que torcedores soltaram meia dúzia de biribinha na frente da casa dele, dando a entender que a pressão da torcida foi fator determinante para tal resultado. Pelo amor de Deus, né? Olhe nossa folha salarial. Veja se era para perdermos os jogos que perdemos no Paulista e Libertadores para esses adversários. “Ah, Gilvan, tem jogo três vezes por semana”, ué os adversários também estão no mesmo ritmo. Resumindo, A CULPA É DE QUEM AO INVÉS DE LEVAR O ARGENTINO PARA O HOSPITAL, SÓ APARECEU HOJE NO VELÓRIO.
Não tenho rabo preso, elogio quando tem que elogiar, mas desço a madeira quando achar necessário, afinal, quem fala a verdade não comete pecado. Que o presidente SE CERQUE DAS PESSOAS CERTAS e comece a entender que ele tem que cortar as despesas, sim, porém, deve investir com sabedoria para que haja retorno, e que o Santos, que é gigante, MUITO MAIOR QUE QUALQUER GESTOR, não pode passar por humilhações e ele, como eu já disse, não pode se dar ao luxo do erro, pois sabia onde estava se enfiando.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Peixão.
ENZIO CORSINO DE SOUZA
27 de abril de 2021 at 20:20
Perfeito 👏👏👏
Luciano jesus dos santos
26 de abril de 2021 at 19:43
Belo texto . Deviria ser plastificado e distribuído por todos os cantos da ” Vila” e do CT pra ver se nossos administradores lessem e aprendessem. Mais enquanto estiverem reféns de Jogadores e empresários mercenários não vai mudar.
José Roberto de Souza
26 de abril de 2021 at 18:49
Assino junto com você Gilvan sem tirar uma vírgula
Alberto Higino
26 de abril de 2021 at 18:37
Parabéns. Corretíssimo.
Eduardo Ribeiro Filetti
27 de abril de 2021 at 23:03
Acho que o treinador teve muita culpa ,.poupou demais , jogou com meninos em Campinas contra a Ponte Preta e foi goleado …usava muito 3 Zagueiros .Molecada do Santos Futebol Clube é boa mais não podemos colocar todos juntos no mesmo jogo.Mesclar , revezamento não existe para goleiros , 3 Zagueiros as vezes com muito treino !!!!O Ariel também pediu para ir embora …..não adianta culpar os rojões que ele já tinha enfrentado outras vezes !!!!
Floreal
26 de abril de 2021 at 18:03
Outro funcionário do dono do portal fazendo força para o gerente ser demitido. É lamentável