Desde 1932, todo o segundo domingo de maio é considerado como ‘dia das mães’ em todo o Brasil. Este ano a celebração será no dia 9, mas o Meu Peixão homenageará por todo o mês, as mulheres que sabem a sensação do mais puro amor.
Entre títulos, conquistas e feitos históricos na carreira, Cristiane amadureceu a ideia da maternidade, e no último dia 26 de abril, ao lado da esposa Ana Paula Garcia, conquistou uma das suas maiores realizações pessoais.
“Eu tinha esse sonho de ser mãe, mas não teria como ser agora. Não teria como parar de jogar com 35 anos, já que depois, dificilmente algum clube assinaria contrato comigo. Eu joguei esse sonho para frente. Conheci a Ana, casamos, convivemos juntas, e colocando nossos planos em prática, a gente entendeu que ser mãe seria um sonho muito gostoso de realizar”, disse a atacante santista ao Meu Peixão.
Desde o casamento com Ana em agosto de 2020, em uma cerimônia simbólica, os fãs acompanham de perto o dia a dia do casal, que compartilhou momentos da gestação nas redes sociais, até o nascimento do pequeno Bento, no último mês.
O primeiro Dia das Mães da maior artilheira dos Jogos Olímpicos será longe do bebê, já que a atacante viajou com as Sereias para o jogo contra o Grêmio, em Porto Alegre na segunda-feira (10), pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. Entre jogos, treinamentos e viagens, Cris concilia a vida de atleta com as novidades que a maternidade tem proporcionado.
“É uma alegria, todos os dias é uma sensação boa, gostosa, leve, de olhar para ele, ver ele crescendo aos poucos, o sorriso que ele dá, a identificação que eu vejo nele. Isso tem mudado a nossa vida, claro, umas noites de sono mal dormidas, mas que eu falo que vale muito a pena. Eu treino e já volto correndo para a casa para poder estar perto deles, essa alegria não tem como descrever, só quem puder viver isso vai saber do que estou falando e sentindo”, declarou a jogadora, que utilizou os seus óvulos, no processo de inseminação da esposa.
Atenta ao seu desempenho em campo, Cristiane voltou imediatamente aos treinamentos, mesmo após o clube a liberar para acompanhar a chegada do primeiro filho.
“É um sonho que a gente quer realizar, mas não sei se todos os clubes dariam esse respaldo. O Santos me deu a licença maternidade, mas não tem como eu tê-la, porque eu trabalho com o meu corpo, dependo dele, então se eu fico muito tempo parada, eu perco praticamente o campeonato, perco ritmo de jogo, condicionamento físico, por isso eu tive cinco dias só com ele e com a Ana, e já voltei às atividades, já tinha perdido dois jogos, perderia o terceiro. Ficar muito tempo fora acaba prejudicando nesse sentido, mas que eu gostaria de ter ficado mais tempo com eles, isso pode ter certeza”, explicou.
Com o Projeto de Lei 5423/20 que garante o direito de registro de dupla maternidade ou paternidade a casais homoafetivos, Cristiane e Ana conseguiram registrar Bento com seus sobrenomes.
Cris já superou lesões, depressão e até a perda de um primo, vítima de Covid-19. Entre conquistas e desafios, a jogadora da Seleção Brasileira sabe que os desafios no mercado de trabalho é ainda maior para as atletas que sonham com a maternidade, e deixou um conselho para as futuras mamães.
O clube foi super solícito, ajudou em tudo o que foi possível, dando respaldo e foi muito legal da parte deles, mas eu acho que toda atleta que sonha em ser mãe, tem que planejar também, precisa pensar bem, não é ‘acordei, vou ser mãe’, é uma coisa que você tem que ter em mente, porque muda muito a sua vida. A gente teve que ir atrás de documentação, por conta de dopping, para saber como que funcionaria, por conta da medicação que seria utilizada, então a decisão que nós tomamos foi muito bem planejada. Eu acho que, desde que você entenda que não vai atrapalhar a sua carreira, é uma realização muito grande na vida da gente”, completou Cristiane.
Fiquem ligados que a próxima mamãe a ser homenageada será a Dona Nilza, mãe do atacante Lucas Braga.