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Sole Jaimes fala sobre relação com o Santos e relembra trajetória no futebol

Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/ Santos FC

Em sua terceira passagem pelo Santos, Sole Jaimes coleciona marcas importantes pelo clube. Além de campeã brasileira em 2017, a argentina é a segunda maior artilheira das Sereias com 60 gols, em 86 jogos.

Mesmo antes de ser anunciada oficialmente em maio, Sole esteve presente em diversos jogos das Sereias na Vila Belmiro, e sempre contou com o apoio da torcida para o seu retorno.

“Desde a primeira vez que eu joguei aqui, tive uma boa passagem no Santos e fico muito feliz pelo carinho e por estarem sempre torcendo por nós. É muito bom ser bem-vinda”, disse a atacante, em entrevista exclusiva ao Meu Peixão.

Sole sempre demonstrou admiração  e gratidão ao time e enalteceu a estrutura do clube, que foi um dos pioneiros na profissionalização da modalidade no país.

“Foi o primeiro time em que eu assinei contrato profissional. Quando joguei no São Paulo e no Foz Cataratas, até assinei, mas deu muito rolo, porque a gente não recebia. O Santos me trouxe, e eu não tinha preocupação nenhuma, sempre cumpriram com tudo. Eu acho que quando o tratamento é muito bom, não tem como dar errado. Como estava tudo bem da parte do Santos, eu sempre trabalhei forte para tentar devolver tudo que o clube dava para mim”, lembrou.

Com passagens por Boca Júniors, onde iniciou a carreira, Foz Cataratas, na sua primeira passagem pelo Brasil, São Paulo, Tiajin Quanjian e Changchun Dazhong da China, além do poderoso Lyon, maior campeão da Champions League Feminina com sete títulos, Sole destacou a oportunidade de jogar em um dos maiores clubes do mundo.

“É muito bom. Como eu falo sempre, a gente tem que ser grata por estar trabalhando com o que ama, mas é uma responsabilidade imensa. Santos é Santos, uma camisa pesada que eu gosto de vestir todos os dias. Tenho que dar o meu melhor, porque não é uma camisa qualquer”, falou a jogadora de 32 anos, com presença constante na seleção argentina.

 

As Sereias da Vila aproveitam a pausa no Campeonato Brasileiro durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, para focarem na preparação das quartas de final do torneio nacional contra a Ferroviária, além da estreia no Paulistão contra a Portuguesa, ambos programados para agosto.  A atleta analisou o desempenho do time na primeira fase da competição nacional.

“Acho que a princípio a gente errou bastante. Desde que eu cheguei, tivemos um pouco de dificuldade, mas hoje, temos um time diferente e focado. Estamos trabalhando duro para não cometer os erros que já cometemos. Vejo um time que vai chegar longe e dar muito trabalho”, avaliou a atleta, que tem contrato por empréstimo até agosto.

O Santos busca estender o vínculo até o final deste ano, já que o passe da jogadora pertence ao Changchun Dazhong.

Crédito: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

Sole divide a parceria no elenco santista com grandes nomes da modalidade, como Ketlen, maior artilheira das Sereias com 112 gols e Cristiane, referência na Seleção Brasileira e quarta santista que mais balançou as redes, em 57 oportunidades, mas são as mais jovens que recebem um olhar especial da atacante.

“Eu realmente me surpreendo muito com as ‘menininhas’ que estão jogando com as Sereias. Fico impressionada com o talento, mesmo as que não são atacantes. As outras jogadoras todo mundo conhece, a maioria tem nome, já tem carreira feita. Mas as que me deixam surpresa são as mais novas”, contou.

Quando deixou o Boca Júniors há sete anos, em busca da sua primeira experiência internacional, Sole recebia um salário simbólico, que mal dava para comprar chuteiras.

Chegou ao Brasil para atuar no Foz Cataratas em 2014, e se deparou com uma realidade diferente, onde ela garante não ter tido dificuldade de adaptação.

“Sou uma pessoa muito focada no que faço. Grata a Deus por trabalhar com o que mais amo. Sempre penso nas pessoas que trabalham e não fazem o que gostam, mas o que conseguem. Em cada lugar que eu vou, encaro da mesma forma. Eu posso sentir saudades, o idioma pode ser difícil, mas agradeço e procuro sempre encontrar algo bom nas dificuldades. Indiferente do lugar onde eu esteja, só de trabalhar no que amo está tudo bem”, desabafou a argentina, fã declarada do ex-jogador Riquelme.

Aos 32 anos, ela já teve a oportunidade de conhecer diversas culturas por meio do futebol e destacou sua experiência no esporte asiático.

“Eu gostei e aprendi muito lá. Em 2018 fui campeã e artilheira do campeonato, depois fui para a França, e em 2020 voltei para a China. O que eu mais destaco é o profissionalismo que elas têm, a maneira como são organizadas e o respeito. É muito lindo ver a forma que elas treinam e a maneira na qual obedecem. No começo foi difícil, depois eu fui conhecendo o lugar e as comidas. Encontrei alimentos que a gente come aqui, então foi só uma fase”, recordou.

Ao fazer um balanço sobre sua carreira, ela citou a dupla argentina do vôlei de praia Gallay e Pereyra, que perderam na estreia dos Jogos Olímpicos para as brasileiras Ágatha e Duda.

Ana Gallay é natural de Nogoyá, município da província de Entre Rios, terra natal de Sole.

“Postei sobre uma atleta que jogou contra o Brasil no vôlei de praia nas Olimpíadas. A argentina perdeu, e a Amanda (Gutierres) veio brincar comigo. Falei pra ela como eu fico impressionada, que é algo que eu vejo na minha vida também. Ela está lá nas Olimpíadas, saiu de um povoado que era ‘impossível’ de sair. Hoje eu olho para ela, olho para mim, e penso em como Deus é maravilhoso. Ser referência para as mais novas no futebol é algo que me deixa muito grata. Com sacrifício e trabalho você chega aonde quiser”, finalizou Sole Jaimes.

 

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