O Santos Futebol Clube, através do seu site oficial, divulgou a informação de que a dívida que o clube tinha com o time chileno, Huachipato, foi integralmente paga e, com isso, a lista de credores está diminuindo cada vez mais. Além disso, o alvinegro também mostrou o fim do acordo para pagamento da FK Sports, um débito que gerou polêmica em outrora.
A dívida com o clube chileno deu um grande prejuízo ao Santos. Por causa do não pagamento da compra de 50% dos direitos econômicos do atacante venezuelano Yeferson Soteldo em 2019, o peixe ficou impossibilitado de realizar qualquer contratação de jogadores e, até mesmo, de registrar novos atletas. O problema foi solucionado após a venda do jogador ao Toronto, do Canadá. A venda foi fechada por US$ 6 milhões, com o Santos repassando seus 50% para o clube chileno e agora quitou os US$ 500 mil restantes do acordo.
Além do Huachipato, o Santos também já quitou as dívidas com o Hamburgo (Alemanha) no caso do zagueiro Cléber Reis, Atlético Nacional (Colômbia) no caso do zagueiro Felipe Aguilar e Brugge (Bélgica) no caso do também zagueiro, Luan Peres.
“Vamos buscando, sobretudo, a recuperação da credibilidade do Clube. São problemas que poderiam gerar novos transtornos e estamos trabalhando para evitar que voltem a ocorrer, que fiquem no passado”, afirma o presidente do Santos FC, Andres Rueda, ao site oficial do clube.
Vale destacar que das dívidas negociadas, o Santos já pagou uma parcela de 990 mil dólares e terá mais uma de 1,5 milhão de dólares em dezembro ao Krasnodar, da Rússia. Já com a Doyen pagou esse ano 4,6 milhões de euros.
O Santos também divulgou o pagamento da última parcela do acordo com a empresa FK Sports. O próprio clube explicou, com detalhes a situação. Veja na íntegra:
FK SPORTS – Além do avanço na resolução dos 10 problemas principais encontrados pela gestão no início de 2021, o Santos FC também tem quitado outras dívidas importantes. Na semana passada, por exemplo, o Peixe concluiu o pagamento da última parcela do acordo com a FK Sports, no total de R$ 4,9 milhões (R$ 4,4 milhões para a FK e R$ 456 mil para o escritório que auxiliou a companhia).
O acordo, assinado no final de 2020, dizia respeito a um suposto pedido da administração Modesto Roma Junior para agilizar o recebimento do mecanismo de solidariedade na transferência do atleta Neymar Junior do Barcelona para o Paris Saint Germain, em agosto de 2017. A empresa que teria feito o serviço é a Quantum Solution, empresa com sede em Malta e que posteriormente repassou o crédito para a FK Sports.
Segundo o anexo do parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2020, o acordo reconheceu o valor total atualizado da dívida pleiteada pela FK Sports, com multa de 30% em caso de descumprimento, e ainda exigiu que o Santos FC renunciasse a uma ação contra o ex-presidente Modesto Roma Junior e a todos os recursos disponíveis sobre o caso.
O caso foi analisado pelo Conselho Deliberativo no triênio 2018-2020 devido a uma denúncia do então funcionário do Departamento Jurídico do clube, José Ricardo Tremura. Segundo ele, o então assessor da Presidência, Moacyr Roma, sobrinho de Modesto Roma Junior, solicitou a assinatura de um contrato e uma confissão de dívida com a Quantum com datas retroativas.
Em diversas reuniões do Conselho Deliberativo sobre o tema, questionou-se a participação efetiva da Quantum no recebimento do mecanismo de solidariedade. Três motivos principais levantaram o debate: 1) o Santos FC tinha direito ao valor recebido e o próprio atleta Neymar Junior pediu que o PSG efetuasse o pagamento de forma facilitada; 2) os responsáveis pela Quantum nunca foram encontrados por representantes do Conselho Deliberativo para prestarem esclarecimentos; 3) a Quantum ser localizada em paraíso fiscal.
Membros do Departamento Jurídico do Santos FC disseram ao Conselho Fiscal ter desaconselhado o ex-presidente Orlando Rollo a assinar o acordo por não trazer vantagens ao clube. Até o momento do acordo, o valor da ação estava depositado em juízo, sem qualquer julgamento favorável a qualquer das partes.
O Conselho Fiscal solicitou que o acordo fosse encaminhado à Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), como parte da análise das contas de 2020. No momento, processo está seguindo de acordo com os prazos estatutários.