Depois de muita expectativa, enfim Ricardo Goulart estreou pelo Santos com a camisa 10. Na vitória contra o Corinthians fora de casa, Ricardo Goulart jogou quase toda a partida. Mesmo que não tenha se envolvido diretamente com gols, assistências ou melhores momentos do Peixe, a estreia do meia-atacante mostrou alguns pontos importantes do novo camisa 10. Aos 30 anos de idade, é uma das grandes contratações de um clube brasileiro para a temporada 2022.
POSIÇÃO E FUNÇÃO
Contra o Corinthians, Carille escalou o Peixe em um 4-3-3, diferentemente do 3-5-2 utilizado em suas primeiras partidas contra Inter de Limeira e Botafogo-SP. Com isso, o comandante santista utilizou Ricardo Goulart como um camisa 10 clássico, centralizado e jogando entre as linhas defensivas do adversário. Caindo esporadicamente para os lados, em busca de tabelas com os pontas (Ângelo e Lucas Braga), o meia-atacante não teve muitas oportunidades de gol. Dessa forma, a princípio, Ricardo Goulart aparece mais como um articulador do que propriamente um finalizador.
Sua função no clássico foi ligar a linha intermediária, formada por Zanocelo e Camacho, com a parte final do campo, com o trio ofensivo, Ângelo, Lucas Braga e Marcos Leonardo. Ao todo foram 31 toques na bola, obtendo 20 passes certos (87%). Jogando entre a linha defensiva e de meio campo do Corinthians, a bola pouco chegou com qualidade para a novidade alvinegra.
Acima, pode-se observar o mapa de calor do jogador no clássico contra o Corinthians. É possível observar que o atleta esteve grande parte do jogo na fase de intermediária do campo. Isso aconteceu pois o Santos teve apenas 43% da posse de bola, fazendo com que Ricardo Goulart estivesse longe da grande área do adversário.
Esse cenário pode mudar bastante quando o Santos tiver mais a posse de bola e o controle do jogo, algo que não aconteceu de forma efetiva contra o Corinthians. Com uma maior posse de bola, Ricardo Goulart pode estar mais parte do gol, podendo ser também um finalizador, além de ser um meio-campista articulador.
QUESTÃO FÍSICA
A última partida que o camisa 10 do Peixe havia jogado antes do clássico, foi em agosto de 2021, ou seja, se passaram mais de cinco meses até sua estreia em solo brasileiro. A questão física no começo de temporada pesa para qualquer atleta, ainda mais um jogador que vinha de muito tempo sem atuar. Em sua última partida pelo Guangzhou Evergrande, Ricardo Goulart deu uma assistência e colaborou de forma efetiva para a goleada por 5 a 0 contra o Qingdao.
O mapa de calor acima mostra a movimentação de Ricardo Goulart no referido jogo. É possível observar que o atleta esteve mais presente e esteve mais próximo da grande área do adversário. Isso demonstra que o jogador pode se comportar de forma positiva no sistema de jogo do técnico Fábio Carrile. Jogando entre as linhas defensivas do adversário, o camisa 10 pode articular e potencilizar as jogadas de 1X1 com Ângelo e Lucas Braga e também na busca pela profundidade com Marcos Leonardo.
QUALIDADES
A qualidade técnica de Ricardo Goulart é perceptível. Uma de suas maiores qualidades é compreender bem o jogo e entender o momento de acelerar e cadenciar a partida. O meio-campista tem um ótimo passe, um bom chute ao gol e uma visão de jogo que o torna um dos melhores da posição no Brasil. A grande questão é se tais qualidades vão florir e dar frutos ao time comandado por Fábio Carille. O grande desafio do técnico santista é tentar potencializar tais qualidades do atleta para que consiga ajudar sua equipe em busca das vitórias. É fato que apenas um jogo é muito pouco para analisar de forma completa um jogador de futebol que atua em alto nível. Contudo, o início parece ser promissor…