O técnico da Ferroviária, e ídolo do Santos, Elano, participou na última segunda-feira (11), do podcast “De Lavada”, de João Paulo Cappellanes e Vinícius Bueno, e foi questionado sobre seu início de carreira como treinador, no Santos, onde ele “lançou”, grandes jogadores da base para o profissional, como os atacantes Rodrygo e Yuri Alberto.
“Eu parei de jogar e virei auxiliar, então a experiencia de ter trabalhado com o Dorival, com o Levir, foi muito bacana. Quando tudo isso aconteceu, a minha decisão não era de ser treinador, era eu ter um período mais largo. Como eu decidi parar, o meu pedido para o Santos era de que eu queria trabalhar com a transição, das categorias de base, junto com o profissional, que é uma coisa que eu gosto muito de fazer isso. Eu acho que todo clube tinha que ter alguém assim. Muitos dos clubes já tem, nem todos, mas muitos tem. Eu vivenciava muito o profissional, em horários de treino do profissional, mas em horários vagos eu ia para o da base. Então eu conhecia todo mundo, desde a comissão técnica, até as categorias de base, todos os jogadores. Eu conhecia pelos nomes, porque eu tinha anotado comigo todos os caras, e eu era um cara que gostava muito disso. É o que eu falei, a gente constrói legado com a história que a gente tem e eu me aproximava desses meninos”, comentou.
“As coisas aconteceram muito rápido. As coisas aconteceram e eu tive que assumir o time, então não foi tão difícil, porque os dois anos que eu trabalhei com eles, Ricardo Oliveira, Renato, que eram os mais velhos, são meus amigos há 20 anos, jogamos juntos, convivemos juntos, então eles me conhecem como ser humano. Quando eu fui para dentro do vestiário, eu tinha dois auxiliares dentro do vestiário. Tudo que eu via no campo, eu falava ‘Rapaziada, eu preciso de vocês para acontecer isso’, os caras me ajudavam, e os mais novos que estavam lá, também já haviam trabalhado comigo, Thiago Maia, Vitor Bueno, Victor Ferraz, David Braz, Vanderlei. Então os caras frequentavam minha casa. A gente fazia churrasco junto, nossas famílias, esposas, filhos, conviviam junto. Quantas vezes o Gabigol, mulequinho assim, me ligava, me pedia conselho. Então essa proximidade, foi assim com o Sandry, assim com o Pirani, assim com o Rodrygo, Yuri Alberto, Cittadini. Então esses meninos são meus amigos. O Pirani e o Sandry eram sub-13, sub-15, eu ia para a praia jogar futvôlei com eles. Eu cuidava deles fora do ambiente, porque as vezes esses meninos querem ir pra praia e treinar, aí eu falava ‘Po, joga uma ou duas partidas de futevôlei, vai pra casa, vai descansar, porque amanhã você tem treino’. Então eu me aproximava deles nesse quesito, e eu me tornei amigo desses meninos, e consequentemente a história deles, são eles que fazem”, completou Elano.
O ex-meia também disse que pediu para Dorival Júnior e Levir Culpi para levar garotos da base para treinarem junto dos profissionais
“O Dorival tava lá, o Levir, eu pedi assim ‘Professor, o que vai ser o treino amanhã? Posso trazer dois meninos da base para treinar? Eles podem ser o coringa, eles são novos’, e eles falavam ‘Tá liberado, pode trazer’, e assim era o meu trabalho, então eu trazia dois numa semana, dois na outra, então praticamente todos os meninos da base do Santos, enquanto eu estava lá, treinaram no profissional. Na base, que é legal, que eu fazia, eu pedia para os treinadores da base, e muitas das vezes eu treinava com eles. Eu ia para o treino da tarde lá no CT e treinava junto. Eu chegava de chuteira e tal e treinava junto, e era muito legal, porque aí eu me aproximava deles”.
Elano iniciou sua trajetória como técnico interino justamente do Santos, quando assumiu o clube na reta final do Brasileirão de 2017, após a demissão de Levir Culpi. No comando do Peixe, foram 7 jogos, com 3 vitórias, 1 empate, 3 derrotas, 9 gols marcados e 10 sofridos.
Veja a entrevista completa com Elano: