Santista na Voz

OPINIÃO – “Quero um estádio no meu quintal MEO”

Por: Ivan Belmudes

Essa é uma história de ficção baseada em fatos reais. Leia e entenda ser apenas uma brincadeira (Curta a experiência MEEEEO)

Outro dia encontrei o Robertinho Tobias Spinelli (ou Rô Spinelli) em Santos. Ele tinha acabado de chegar na praia do Gonzaga, mas estava um pouco chateado “Meo eu esperava uma praia mais bonita meo, sérião mó saudade de Jericoacoara meo, praia lindona e bem preparada para receber os turistas, oferece experiência toooop que justifica o preço!”.

Esqueci de apresentar o Rô Spinelli, ele faz questão de usar o sobrenome para não confundir com o Rô (Rodrigo) Albuquerque, amigão que mora no mesmo prédio que ele na Pompéia, em São Paulo. 

Ele também ama o sobrenome, que mostra sua tradicional ligação com o sangue italiano “Meo eu me considero mais italiano que brasileiro meo”. Rô Spinelli veio para Santos para visitar a avó e dar uma descansada depois de 3 anos intensos investindo na sua nova startup que oferece massagem para patas de cachorros “olha um baita negócio! Mercado em expansão”, costuma dizer… 

O jovem (de 37 anos) quis dar uma esticadinha na praia… e estranhou o fato de eu estar por lá às 10h de um dia útil. “Cara por isso Santos não cresce meo” expliquei pra ele que entro às 12 no trabalho e hoje quis aproveitar pra dar um mergulho. Para ele isso é meio estranho, pude perceber um olhar de reprovação, me imaginando um vagabundo, mas ok.

Aproveitamos para falar sobre a Vila Belmiro e a possibilidade da Arena da W.Torre, Rô Spinelli, santista tradicional (como ele mesmo costuma dizer) estava revoltado. “Meo é um absurdo, um absurdo. O Santos é grande demais para essa cidadezinha… Precisa jogar pra São Paulo, onde gira o dinheiro, tem que ir para onde está o capital, onde tem o dinheiro… Futebol é Business hoje em dia”. 

Ele disse que lá a torcida lota sempre, perguntei o último jogo que foi, Spinelli disse que visitou o Palestra com um vizinho palmeirense e ficou impressionado na final do Paulistão. Perguntei sobre o Santos e ele disse que o último foi a final da Libertadores no Maracanã. “Cara o Maraca estava lindo meo, baita experiência, coisa linda”. 

Questionei sobre estar vazio, mas ele disse que isso valorizou a “experiência prime”. Antes desse jogo, segundo ele, o outro foi a Final da Libertadores de 2011. “Cara era o Cirque de Soley”, mas e todas as outras vezes que o Santos jogou na Capital depois disso? Ele falou que nenhum jogo valia a pena… Mas que “a massa” sempre vai. “Cara São Paulo é gigante, pelo menos 30 mil vão sempre”. 

Fui dar um mergulho, quando voltei o colega já estava mais vermelho que camarão, perguntei se não daria um “tibum”, mas ele disse que o mar é muito sujo… que nadaria na piscina do “apê”, quando voltasse. 

Ele recolheu suas coisas e se dirigiu ao calçadão, visivelmente decepcionado com a cidade. “Cara, é impressionante viu? Realmente o Santos precisa sair daqui para crescer, precisa estar perto de quem apoia”. Perguntei se viria na terça, disse que seria ruim descer nesse horário, e emendei questionando sobre o final de semana: “Cara iria atrapalhar minha páscoa, vai ter mó festa maneira na casa da Mi, mas se o estádio fosse pertinho eu pensava viu?”…

Ivan Belmudes (jornalista com 15 anos de profissão, passagens por Record, SBT e TV Cultura, além de sócio torcedor do Santos e fanático pelo Peixe – Twitter: @Don_Belmudes)

1 Comment

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  1. Renato Diniz Belmudes

    10 de abril de 2022 at 14:39

    Grande realidade é essa, o santista apaixonado de verdade que vai apoiar o time independente do jogo e do momento é de Santos. O Santos é de Santos!

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