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Análise Tática: “Em casa a gente conversa”, e conversamos. Santos derrota o Coxa, e avança na Copa do Brasil

Ontem (12), o Santos recebeu o Coritiba, no jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. A equipe do Litoral de SP, precisava reverter um placar adverso, já que em Curitiba, o Santos perdeu de 1-0, com o gol da derrota feito por um torcedor do Santos, o atacante Álef Manga.

Essa análise também foi feita pelos nossos parceiros, o blog tática didática, está lá no YouTube, vale a pena conferir:

 

O jogo seguiu um prognóstico que todos esperavam, um jogo de ataque x defesa. O bom time do Coritiba, veio pra Santos pra assegurar a vantagem que construiu no primeiro jogo, além de que Gustavo Morinigo, sabia que o Santos tinha problemas quando tinha o domínio da bola em fase ofensiva (coisa que mostrou uma grande evolução no jogo de ontem), e também favorecer seu próprio estilo de ataque, uma equipe que buscava um ataque mais rápido, e também atacar em transição ofensiva. O Santos não deixou o Coxa fazer nada disso que a equipe alviverde pensava em fazer.

Antes de falarmos do Santos ofensivamente, vamos falar primeiramente de como o Santos jogou sem a bola. A equipe em poucos momentos entrou propriamente em fase defensiva, já que o Coritiba também pouco entrou em fase ofensiva. Porém, ainda sim, teve momentos em que o Santos ficou em organização defensiva (pra quem não está entendendo, fase defensiva ou organização defensiva, é o momento em que a equipe está com sua defesa postada no seu próprio campo, o momento após a transição defensiva, que é o momento em que a equipe perde a bola).

O Santos nesse momento, optou por se defender em um sistema 4-4-2, dessa vez com Goulart e Marcos Leonardo mais a frente, marcando os zagueiros do Coritiba em tiros de meta, ou sendo os dois jogadores mais a frente quando o Santos estava em um bloco mais médio, marcando o Coritiba a partir do meio campo.

Em tiros de meta, com Marcos Leonardo e Goulart mais a frente, marcando os dois zagueiros do Coritiba, fazia com que Alex Muralha cobrasse os tiros de meta mais longos buscando seus meio campistas diretamente, porém, o Santos ganhava todos os duelos pelo alto. Quando o Santos marcava a partir de um bloco médio, o Santos com sua marcação homem a homem, tirava todas as opções de passes do Coritiba a partir do meio campo, e fazia com que a equipe paranaenses desse passes de retorno (passes pra trás) e o Santos pressionava com os seus atacantes.

Dentro desse contexto, Rodrigo Fernandez principalmente, fez uma grande partida, pressionando o portador da bola dentro do seu setor, além disso, Léo Baptistão que dentro dessa fase do jogo, atuava como um meia direita, também se comprometeu muito, vindo até a linha de fundo, e pressionando no lado direito, forçando o Coritiba dar passes de retorno.

A maior evolução também, foi na fase de transição defensiva (momento logo após o Santos perder a bola no campo de ataque). A equipe do Santos buscava fazer uma pressão pós perda, sempre buscando pressionar com os jogadores mais próximos do Portador da bola, e dentro disso, o Santos recuperou muitas bolas dentro do campo de ataque, principalmente com os seus Zagueiros que estavam mais altos em fase ofensiva, conseguindo não deixar o Coritiba contra atacar.

Quem se destacou muito, foi o equatoriano Jhojan Júlio, que antes dessa partida era muito questionado pela torcida do por que era titular, e ontem fez uma partida bem didática explicando porque recebe tantas chances, sendo essencial pra subir pressão no lado esquerdo quando o Santos perdia a bola, e até mesmo ganhando pelo alto quando o Coritiba buscava contra ataques mais longos, mesmo não tendo muita estatura.

O Santos que tinha problemas em pressionar após perder a bola, agora é uma equipe que está melhorando, e principalmente, conseguindo antecipar os passes e lançamentos dos adversários.

A melhora na transição defensiva, também vem atrás, na recomposição da primeira linha (linha defensiva). Quando o Coritiba conseguia vencer a pressão pós perda do Santos, a recomposição da primeira linha era rápida, Bauermann melhorando em relação ao primeiro jogo lá em Curitiba. Antes, um jogador que não conseguia as próprias costas, e muitas vezes perdendo no 1vs1 em velocidade contra o próprio Alef Manga, dessa vez melhorou, sempre bem posicionado e recompondo rápido, protegendo bem suas próprias costas, fez um excelente jogo, e talvez o melhor da partida.

Com bola, o Santos demonstrou que melhorou naquilo que vem tentando desde o início da era Bustos. Um time que busca atacar pelos lados, e com superioridade numérica no setor da bola.

Ontem, a equipe continuou estruturalmente da mesma forma, um 4-3-1-2 com bola. A saída de bola, era uma saída a 3, com Pitt Fernandez entrando entre os zagueiros, ou até mesmo formando essa linha de três pelo lado direito, como em poucos momentos fazia. Zanocelo, era quem buscava dar o apoio por dentro, e fazendo quase uma saída 3+1, com Zanocelo sendo esse jogador que vem na base da jogada. Porém, a maior parte do tempo, o Santos buscava uma jogada típica, logo após a saída feita a 3, Pitt Fernandez buscava fazer uma diagonal longa (lançamentos em diagonais), para Lucas Pires aberto na amplitude pelo lado esquerdo, receber, e vir a aproximação de Zanocelo e Jhojan Júlio naquele corredor para criar superioridade numérica, e avançar dentro das dinâmicas de terceiro homem, ou com o próprio Lucas Pires recebendo e atacando a profundidade individualmente, pra fazer cruzamentos, com Leo Baptistão, Marcos Leonardo e Ricardo Goulart atacando a área, e Madson atacando a segunda trave vindo por fora.

Nesse vídeo mostra um pouco do jogo de Pitt Fernandez, e como as jogadas de diagonais longas após a saída de bola, foram bastante usadas.

As dinâmicas de terceiro homem, também foram usadas em outros setores, Madson pelo lado direito atacava muito a profundidade, mas recebia em alguns momentos, esses passes, com a aproximação de Ricardo Goulart e Leo Baptistão. Marcos Leonardo sempre atacando em ruptura (rompendo linhas), era quem era responsável por sempre ser o jogador que receberá a última bola, seja em cruzamentos, ou também após as dinâmicas de terceiro homem, pelo corredor central, e até fez um gol dessa forma, porém impedido.

Zanocelo foi um jogador muito acionado, pois era quem em alguns momentos ficava na base da jogada, e também fazia aproximações pelo lado esquerdo, e também pelo meio.

Os gols vieram no segundo tempo. O primeiro feito por Marcos Leonardo. O Santos em bola parada atacava a profundidade com cinco jogadores (Léo Baptistão, Jhojan Júlio, Marcos Leonardo e Bauermann) com Velazquez na entrada da área pelo lado esquerdo para rebotes, e Madson fazendo a mesma função, porém pelo lado direito. Após o lançamento, os zagueiros do Coritiba afastam mal, Velazquez recebe o Rebote e finaliza bem, mas contou com a boa defesa de Muralha, mas que deu rebote para o sanguinário centroavante santista, sempre no lugar certo, orientando o ritmo e atacando as costas da defesa do Coritiba para pegar o rebote e abrir o placar.

O segundo gol, foi feito por Madson, porém com uma contribuição enorme de Vinícius Zanocelo.  Após receber o passe de Fernandez, Zanocelo conduz sem receber nenhuma pressão, já que o Coritiba buscava somente a organização defensiva a partir de seu próprio campo, quando entra no último terço, engana a intenção, com a defesa do Coritiba fechando o quadrante e indo pressionar com Zanocelo orientando o corpo para o lado direito, mostrando intenção de passe para Júlio que estava próximo, e após isso, toca para Lucas Pires que estava passando nas costas da defesa do Coritiba, para cruzar na cabeça de Madson que atacava a segunda trave.

Lance do gol de Madson.

O terceiro gol foi um golaço feito por Pitt Fernandez para coroar sua melhor partida no Santos.

O gol sai de uma transição ofensiva, assim que o Santos recupera a bola, a bola passa por Vinícius Zanocelo, que vendo a defesa do Coritiba já recomposta, decide temporizar para a passagem de Lucas Pires no lado esquerdo vazio que faz a inversão para Leo Baptistão no entrelinhas fazer a parede, e encontrar Pitt Fernandez de frente que faz o domínio orientado com o pé direito, e da um chutaço com o pé esquerdo e faz um belíssimo gol, que sacramentou a classificação do Peixe.

Santos aguarda sorteio, para saber quem será o adversário na próxima fase da Copa do Brasil.

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