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Análise Tática: Santos pecou, mas a Católica perdoou. Santos mesmo empatando com Banfield se classifica.

Foto: Ivan Storti / Santos FC

Nesta terça (24), o Santos enfrentou a Equipe do Banfield na Vila Belmiro, em confronto válido pela última rodada da fase de grupos da Copa Sulamericana.

A equipe Santista só precisava vencer o Banfield para se classificar, caso empatasse, teria que torcer pro Union La Calera perder ou não vencer a Universidad Católica por dois gols de diferença. Na noite deu tudo errado. A equipe do La Calera fez um gol na Católica, resultado que ainda classificava o Santos, logo depois a coisa melhorou com o gol de Marcos Leonardo, mas o segundo gol do La Calera e o Gol do Banfield preocupava as coisas. A Católica diminuiu, mas o La Calera fazia o terceiro, enquanto isso na Vila Belmiro o Santos permanecia no empate, mas nos acréscimos a Universidad Católica fez um segundo gol e que tranquilizou os Santistas, já que antes mesmo do jogo acabar já sabíamos que estávamos classificados.

Essa análise está sendo feita pelos nossos parceiros, o portal Tática didática. Confiram o vídeo do pós jogo e se inscrevam no canal: https://youtu.be/yE4fMetYOM8

Vamos falar Táticamente da partida. O Santos entrou com um time bem misto, já que Rodrigo Fernandez e Léo Baptistão (peças fundamentais do time) não foram nem relacionados por desgaste físico e risco de lesão, e Ângelo (outra peça importante do time) não foi relacionado por estar tratando de lesão. Com isso, o Santos foi a campo com: João Paulo; Madson, Velazquez, Bauermann e Lucas Pires; Sandry, Zanocelo, Rwan e Lucas Braga; Marcos Leonardo e Ricardo Goulart.

Santos no primeiro tempo começava atacando em um sistema 3-4-3. Sandry vinha entre os zagueiros (Velazquez e Bauermann) para fazer a saída a 3, Lucas Pires, Lucas Braga, Zanocelo e Madson formavam a linha de 4 no meio e Ricardo Goulart, Marcos Leonardo e Rwan Secco formavam a última linha de 3. Os padrões seguiam o mesmo, a saída de 3 eram feita com Sandry pelo meio, mas buscando os zagueiros para passes laterais, para que os zagueiros buscassem os extremos (Lucas Pires pela esquerda e Rwan pela direita). Quando a saída era feita pelo lado direito, Velazquez buscava lançamentos para Rwan para assim acionar a última linha, pelo lado esquerdo, Bauermann dava passes mais Laterais, já que Lucas Pires mesmo aberto e dando a amplitude pro ataque do Santos, ficava mais próximo da linha de 3 formada para fazer a saída de bola.

Quando conseguia progredir pro último terço, o Santos atacava a última linha com muitos jogadores, formando a partir daí um sistema 2-3-5, com os 5 atacando muito a profundidade e até mesmo Zanocelo em alguns momentos indo até a última linha, mas principalmente ele tendo a função de dar apoio por dentro para Lucas Braga e Lucas Pires. Com o meio muito congestionado pelo Banfield, a saída era tentar atacar pelos lados, e principalmente por meio de Cruzamentos, buscando sempre Lucas Pires, o jogador que tinha qualidade técnica para conduzir e driblar, e buscar o fundo para cruzar. O Banfield tinha muito controle de profundidade dentro da área, que fazia que os Cruzamentos não surgissem efeito na fase ofensiva.

Pelo lado direito, Rwan que era pra ser um jogador que pudesse atacar mais o fundo e conseguisse ganhar duelos físicos pelo lado direito, acabava que não conseguia se sobressair principalmente por não ser um jogador de bom 1vs1, e fazia com que o Santos perdesse muitas bolas pelo lado direito, sendo subaproveitado.

O gol sai de pênalti. Com a marcação em 4-4-2 em tiros de meta, o Banfield arrisca uma saída pelo lado esquerdo, Rwan sobe pressão no lateral, recupera a bola e da pra Marcos Leonardo que vinha atacando o espaço, o menino sofre o pênalti. Na cobrança, Marcos Leonardo cobra rateiro e marca o gol do Santos, abrindo o placar na Vila Belmiro.

Esse gol retratou um pouco do que o Santos buscava fazer sem bola. Em tiros de meta a equipe marcava em um bloco mais alto. Em um 4-3-1-2, Marcos Leonardo Marcava o Zagueiro do Banfield pelo lado esquerdo, Goulart marcava o zagueiro pelo lado direito, Rwan marcava o lateral direito que ficava mais baixo na saída de bola, Braga o Lateral esquerdo, Zanocelo marcava o volante do Banfield, para tirar a opção de passe por dentro. Restava ao Banfield colocar os zagueiros mais baixos, próximo ao goleiro.

Quando o Banfield conseguia fazer a saída com os zagueiros a estrutura mudava, já que Goulart era quem vinha marcar o volante para tirar a opção de passe por dentro, Marcos Leonardo subia para pressionar o zagueiro que iria fazer a saída, e Rwan subia a pressão já em cima do lateral. O pênalti sofrido por Marcos Leonardo foi dentro dessa dinâmica.

A equipe do Santos também marcava em um bloco mais médio, a partir do meio campo, quando conseguia partir para a organização defensiva após a transição defensiva, e se recompor dentro do próprio campo, o sistema de 4-4-2 era mantido e essa marcação por encaixes no setor também. A pressão era assim que o Banfield não conseguia progredir e tentava um passe para trás, o Santos começava a pressionar a partir daí, para forçar um chutão da equipe Argentina.

Mesmo com uma estrutura bem clara sem bola, e muito bem nas trocas de marcação com cada jogador sabendo até onde perseguir o Adversário, o Santos teve problemas defensivos e principalmente no meio campo. Com o Banfield gerando superioridade numérica no meio campo, muitas vezes conseguia gerar dinâmicas de terceiro homem (Triangulação) e gerando indefinição em quem marcava e subia pressão.

O Santos foi empurrado pra trás e o gol sai quando a equipe buscava proteger o funil (espaço dentro da área), Bauermann faz um bom trabalho protegendo suas próprias costas, e Lucas Pires afasta pra Rwan conseguir buscar o contra ataque, Rwan perde o contato físico, o Banfield aciona Domingo que não recebe a pressão de Goulart e acerta um golaço, com João Paulo ainda não firme na posição base e não conseguindo olhar a bola.

No Segundo tempo a equipe do Santos ficou em superioridade numérica, já que dois jogadores do Banfield foram expulsos do jogo, porém, essa superioridade numérica em campo não foi traduzida mesmo em alguns momentos levando perigo ao Banfield.

O Banfield se fechou em um sistema 4-4 já que não tinha dois jogadores, com isso, buscou congestionar o meio e cancelar o entrelinhas do Santos e permaneceu tendo controle de profundidade. A equipe do Santos se manteve atacando a última linha com 5 jogadores, sem poder acionar quem estava no entrelinhas, o Santos optou ainda por jogar pelos lados. Com muitos jogadores atacando a área em tão pouco espaço, os Cruzamentos muitas vezes acabavam não tendo efetividade, já que muitos jogadores se trombava e gerava indefinição por parte dos mesmos.

Ainda assim, Bruno Oliveira foi o grande destaque da partida. Assim que entrou, jogou como um meia esquerdo e jogando por dentro, dando apoio ao extremo do lado esquerdo e tendo liberdade para conduzir sem receber pressão de jogador do Banfield, demonstrou um bom jogo e ainda acertou uma bola na trave.

Mesmo sendo uma partida que particularmente não gostei, e não gostando das decisões tomadas por Fabian Bustos, o Santos se classifica.

Volto a dizer, temos que ainda ter paciência com o trabalho, vem dando resultados que nem mesmo nós esperávamos, já que esse mesmo time quase caiu no Paulista. Sei que o desempenho de algumas partidas é desanimador, mas ainda assim precisamos acreditar no trabalho feito. Lembrem-se: o desenvolvimento de um modelo de jogo não é linear, o Santos vai jogar mal, depois vai jogar mal de novo, jogar bem, jogar bem de novo, voltar a jogar mal, jogar mal de novo, voltar a jogar bem… Até que a equipe esteja madura táticamente, e ainda levando em consideração que o Santos está jogando a cada dois dias, manter um ritmo é complicado.

Próximo jogo do Santos será domingo, o clássico contra o Rival Palmeiras, que vem sendo pedra no sapato há um bom tempo. A equipe vai em busca de quebrar um tabu de não ganhar do rival desde o 3-0 na Vila, no segundo turno do Brasileirão de 2019. Seguimos.

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