A coletiva de Pedro Martins deu uma hypada nas redes. Muita gente aplaudiu a “coragem” do CEO em expor feridas profundas do Santos. Mas sejamos justos: coragem não é repetir o que o torcedor já sabe há 113 anos. O que Pedro disse não é mentira. Mas também não é nenhuma novidade.
Profissionalismo de verdade não é fazer discurso bem ensaiado pra tentar ficar bem na fita. É encarar os problemas com soluções reais, e não com papo de efeito. O torcedor santista não é bobo. Ele não quer análise, ele quer atitude.
Pedro convocou coletiva por grupo de WhatsApp pra defender o indefensável: o trabalho ruim de Pedro Caixinha, que, mesmo com um elenco superior ao do ano passado, entregou uma das campanhas mais decepcionantes do clube. Ao invés de agir, preferiu discursar. Ao invés de corrigir o rumo, tentou justificar o erro.
E não parou por aí. Durante a coletiva, Pedro distribuiu diversas indiretas, claramente direcionadas à possível contratação de Jorge Sampaoli. Ele deixou escapar que não participou das conversas iniciais com o argentino e, pelo visto, isso feriu seu ego. Daí veio sua postura ofensiva e quase pessoal no microfone. Uma das cutucadas mais óbvias foi a crítica ao “técnico que quer chave do CT”, como se isso fosse um problema, sendo que esse modelo já funcionou com o próprio Sampaoli e até com Cuca. Resultado? Pode ter azedado a negociação. Sampaoli recebeu o recado e, ao que tudo indica, não gostou nada. Mais uma vez, a vaidade interna se sobrepõe ao interesse do clube.
Lançou umas verdades soltas, talvez pra limpar a própria barra, mas esqueceu o mais importante: o que justifica sua permanência no clube?
A real é que Pedro usou o microfone como escudo. Não pra liderar, mas pra tirar o dele da reta. Quer falar de profissionalismo? Então que comece explicando como chegou ao cargo. O torcedor tem todo o direito de perguntar se foi por competência ou por QI (quem indicou). Como bem lembrou o jornalista Rodolfo Gomes no Twitter, que nem é fã de MT:
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Quem é o pai de Pedro Martins?
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Qual a relação dele com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista?
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E qual a ligação de Reinaldo com Marcelo Teixeira?
Perguntas diretas. E que merecem resposta. Porque quem senta na cadeira de CEO do Santos precisa mais do que coragem pra repetir o óbvio, precisa competência pra mudar a história.
No fim, o discurso de Pedro foi só mais um. Mais uma fala de quem busca os holofotes, mas não entrega resultado. E o Santos não precisa de gente que saiba discursar bonito, tampouco dos discursos deslocados da realidade do presidente, que vive em um mundo onde tudo parece sob controle, mesmo quando o clube afunda em caos.
Se for pra continuar falando o óbvio ou defendendo o indefensável, é melhor que ambos fiquem em silêncio. Porque o silêncio, ao menos, não comete erros. Que só se pronunciem novamente para anunciar o novo técnico ou apresentar mudanças concretas. Os problemas já são de conhecimento público, o torcedor não quer explicação, quer solução. Chega de lamentações, de discursos que tentam dar sentido ao que já não se sustenta.
