Santista na Voz

OPINIÃO – 90 dias da gestão Andres Rueda no Santos

Texto escrito por Juliano Vinha Venturini*

Depois de um tenebroso triênio de gestão José Carlos Peres, especialmente com relação à parte administrativa (substituição de técnicos e diretores de futebol, irregularidade em inscrição de jogador, impeachment, etc) e financeira do clube (atrasos de salários, impostos, direitos de imagens, transferban, etc), os sócios foram convocados para eleger um novo presidente do Santos ao término de 2020.

Pela primeira vez na história do Santos, embora com críticas de uma minoria, os sócios participaram da votação de maneira virtual e elegeram de forma acachapante a chapa liderada por Andrés Rueda.

Com a eleição de Rueda, renovaram-se as esperanças do torcedor alvinegro. Agora cabe a pergunta: O que esperar desta gestão?

Analisando as principais propostas da chapa vencedora, elencamos algumas: enxugamento e profissionalização do quadro de profissionais, adequação das receitas x despesas, ampliação do quadro associativo, reposicionamento da marca “Santos” no mercado, valorização da base, etc.

Sob a ótica de um torcedor apaixonado limitarei minha análise a dois pontos primordiais e que surtem impacto diretamente no “time de futebol”: contratações e dívidas.

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Em qualquer rodinha de santistas vislumbramos aqueles que defendem investimento robusto no time com a ideia de que a torcida não liga para dívidas e que investimentos geram títulos e consequentemente acréscimo de receitas. E de outro lado, temos aquele grupo que exigem um time competitivo, contudo, priorizando o saneamento financeiro do clube, ainda que isso possa custar o afastamento momentâneo do clube na disputa de grandes títulos.

Quem tem razão? Na minha visão, os dois. Explico:

Um time vencedor gera exposição de marca, prêmio, renda, patrocínios, enquanto um time equilibrado financeiramente pode gerar frutos mais adiante. O desafio para qualquer gestor é manter um time equilibrado financeiramente e ao mesmo tempo vencedor.

Entendo que caberá a gestão escolher um caminho e esse caminho passa obrigatoriamente pela austeridade financeira, afastando, de imediato, o clube do caminho de grandes investimentos e salários astronômicos. Ou seja, literalmente “apertar o cinto”, embora isso possa custar a briga por conquistas imediatas, mas que permita, em médio espaço de tempo, readquirimos nossa capacidade de investimento.

A fama de caloteiro adquirida pelo clube por culpa das últimas gestões corrói o orgulho santista.

Mas será que é possível montar um time competitivo sem grandes recursos? Claro que sim, e a nossa história comprova essa tese. A dúvida que paira é: A torcida terá paciência com a gestão se esse time “competitivo” permanecer afastado da briga por títulos? O tempo dirá…

Sobre os primeiros passos da gestão, por ora, estou satisfeito. E cito algumas providências que me deixaram confiantes que teremos um triênio melhor: pagamentos de salários, impostos e direitos de imagens em atraso; transparência com a disponibilização das atas do CG; “aparente” enxugamento da folha salarial com a demissão de alguns profissionais sem funções claras; contratação de um técnico competente; o acordo no caso Felipe Aguilar; pesquisa com sócios; e, principalmente, o término de lavagem de “roupa suja” entre jogadores, comissão técnica e diretoria em público.

Existem pontos a serem melhorados? Óbvio que sim. Contudo, não há milagre. Há muito trabalho a ser feito. Aliás, um dos grandes desafios da gestão atual será criar receitas e alavancar aquelas já existentes.

Enfim, o que espero dessa diretoria é que seja colocado em prática aquilo que se comprometeram a fazer: ajuste de receitas x despesas; pagamento de dívidas; manutenção dos salários em dia; resolução dos casos Soteldo, Cueva e Doyen; E, por fim, ter a expertise de montar time competitivo sem grandes investimentos.

Se ao final do triênio a gestão esses compromissos assumidos tenham sido cumpridos, estarei satisfeito com o voto neles confiado. Sei que a volta dos títulos será consequência natural. Agora se sucumbirem a pressão e os compromissos assumidos não forem cumpridos saibam que terão aqui um crítico voraz.

O preço? Talvez, em um primeiro momento, afastar o clube da disputa de grandes títulos? Bom, se esse for o remédio para o nosso Santos voltar a ser grande administrativamente e não só dentro de campo, que assim seja. Estamos prontos! Contem Conosco!

Juliano Vinha Venturini,

Advogado, Sócio e Torcedor Apaixonado.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Peixão.

1 Comment

1 Comment

  1. Jean

    24 de março de 2021 at 12:32

    Assino em baixo tudo o q o Juliano falou, devemos sim ter paciência e confiar no projeto, austeridade é a palavra, esse ano principalmente, vai ser de resolver pendências, e muitas, só de dívidas, mais de 150 milhões só a pagar em 2021, então, que os pé de chinelo sejam emprestados ou afastados e meninos pra cima, com certeza teremos uma folha de pagamento baixa, e em dia, dívidas equacionadas e muitos ativos p serem vendidos. Bora acreditar torcedores. Esses meninos merecem e podem dar conta. Parabéns Rueda e Equipe! Torcedores santistas do Paraná.

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