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20 anos depois: o olhar de um torcedor na derrota da final da Libertadores de 2003

derrota do Santos na final da Liberta 2003; visão do torcedor

Há quem diga que o futebol é o esporte mais amado do Brasil pelas boas lembranças que cada torcedor guarda. Mas como em cada partida um time sai vencedor, o perdedor também possui história para contar. 

O dia ficou marcado na história do Santos  e ainda está bem vivo na memória de Norberto Domato da Silva, mais conhecido como Betico. Um santista apaixonado que viveu em uma quarta-feira, dia 02 de julho de 2003, a derrota do time do coração na final da Libertadores. 

O final da história todos conhecem, até o começo, meio e fim. Pode ser que hoje em dia, os atletas já até se cansaram de relembrar o que houve naquela partida no estádio Morumbi, evento esse que contou com mais de 75 mil torcedores. 

Não havia favoritos. As equipes entraram de igual para igual, uma contava com experiência e tradição, o temido Boca Juniors. A outra, tinha talento, prodígios e voltava a uma final de Libertadores depois de 40 anos, o para sempre time de Pelé, Santos Futebol Clube. 

” O Time do Santos era de jovens que jogavam para se divertir, os resultados vinham da qualidade do conjunto que eles adquiriram. Eu acredito que eles confiavam na vitória pela qualidade do time que tinham”, admite Betico. 

Comandado por Emerson Leão, a equipe santista escalada foi: Fábio Costa; Wellington (Nenê), Alex, André Luís e Léo; Paulo Almeida, Renato, Fabiano e Diego; Robinho e Ricardo Oliveira (Douglas).

Já o Boca Juniors entrou em campo com: Abbondanzieri; Ibarra, Schiavi, Burdisso e Rodriguez; Battaglia, Cascini, Cagna (Caneo) e Villareal (Jerez); Delgado e Tevez (Cangele), treinado por Carlos Bianchi. 

O Santos entrou em campo com um placar desfavorável pois no jogo de ida na La Bombonera foi derrotado por 2×0. Mesmo com esse cenário a torcida invandiu o Morumbi com confiança. 

“Sabíamos da qualidade do Boca, mas aquela aquela geração era capaz de coisas impossíveis. Toda torcida acreditava em uma virada, mesmo sabendo que seria muito difícil. Aqueles garotos mesmo sendo jovens mereciam o título”, afirma o torcedor. 

Não demorou para a confiança diminuir, entretanto, logo nos primeiros minutos o Santos pressionou, porém a rede balançou primeiro para o time argentino, Tevéz marcou aos 21 minutos do 1º tempo. 

Alex empatou para o Santos na segunda etapa e faltando 15 minutos para a partida terminar, os torcedores do Peixe acreditavam no milagre. “Faz tempo, não lembro a sensação exata da época, mas no jogo em si, a sensação sempre foi de que podíamos alcançar o objetivo”, admite Betico.

Aos 39 do 2º tempo , Delgado marcou o segundo. Uns dizem que o jogo naquele momento foi decidido, mas muitos que estavam na arquibancada ainda esperavam um milagre. Tecnicamente falando era impossível sonhar naquele momento com a vitória do Santos e mais uma vez o ‘É campeão’ ficou guardado para um futuro que demorou exatos 8 anos para acontecer. 

A ficha caiu antes mesmo do juiz apitar, aos 49 da segunda etapa, Fábio Costa cometeu pênalti, que Schiavi converteu. 

Apesar do vice-campeonato, os torcedores se orgulhavam da campanha feita pelo time. Afinal, como não esquecer a disputa de pênaltis em que Fábio Costa brilhou e o Santos eliminou o Nacional do Uruguai? 

A geração marcou história, precisa ser reconhecida até os dias de hoje. Uma equipe que entrou com vontade, mostrou dedicação e o que mais anima o torcedor: amor ao Peixe. 

“A equipe daquela época tirou o Santos de uma grande fila de espera e isso fez com que todas as conquistas tivessem um sabor especial. Sem tirar os méritos das outras equipes que vieram depois dessa geração, mas essa foi bem especial”, finaliza. 

 

1 Comment

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  1. Marco Antonio Paes Barreto

    2 de julho de 2023 at 11:45

    Excelente texto, mesmo não sendo torcedor do Santos, gostei muito da história

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