Santista na Voz

OPINIÃO – Seguimos com transparência, mas podemos ir mais longe

O Santos FC disponibilizou mais quatro atas das reuniões do Comitê Gestor. É um passo importante para a transparência, mas não podemos ter “meias-verdades” ou “meias-transparências”.

Anteriormente tínhamos, além das atas com resultados das votações, comentários do Comitê Gestor. Vamos relembrar a contratação do técnico Ariel Holan.

Presidente Andres Rueda:

“Coloco em votação a formalização da vinda do Ariel Holan e de seus auxiliares. Teríamos um acréscimo aproximado de R$100 mil mensais em relação ao Cuca e sua comissão. Embora tenha tentado muito a não existência de multa, o que conseguimos foi 4 salários no primeiro ano e 3 no segundo, só no contrato do treinador e para eventual rompimento por ambos os lados. Além disso, pagaremos 50% da multa pelo desligamento do time anterior, representando US$ 55 mil, divididos em 3 vezes.” 

Walter Schalka:

“Assumimos um compromisso com o eleitor para equilibrar o orçamento real do Santos. Não temos caixa, crédito e, além do bloqueio geral da Doyen, temos o ban da FIFA em vigor – e outros vindo. Acho muito ruim repetirmos o que
outras gestões fizeram. Sou contra a aprovação de despesas reais sem ter a contrapartida assegurada. E mais, não dá para aceitar a multa e ainda pagar a multa do clube anterior. Meu voto é contra.”

José Berenguer:

“Amigos. Sou também desfavorável. Não dá para gastar o que não temos.”

Em reunião dia 6 de maio, o Comitê Gestor votou de forma unânime, a contratação de Fernando Diniz. Dessa vez não tivemos os comentários dos membros do Comitê Gestor sobre a contratação.

Mas um fato me deixou bem intrigado: a remuneração da comissão técnica de Diniz. Conforme consta em ata informado pelo Presidente:

“No total, o valor será semelhante ao que era pago para a comissão de Ariel Holan.”

Eu fiz algumas pesquisas sobre o valor da comissão técnica do Ariel:

Gazeta Esportiva: “O valor da comissão técnica será de pouco menos de R$ 600 mil.”

ESPN: “O valor é de US$ 110 mil (R$ 595 mil)”

Vamos lembrar a fala de Rueda sobre o valor de Holan em relação a Cuca:

Teríamos um acréscimo aproximado de R$100 mil mensais em relação ao Cuca e sua comissão.”

Com certeza Cuca não recebia 100 ou 200 mil, logo esses números não estão fora da realidade.

Para deixar bem claro, estou me baseando em notícias da época, NUNCA desmentidas e utilizando dois veículos da grande mídia com credibilidade.

Com base em todos os dados levantados acima, eu tenho algumas dúvidas:

O que fez Fernando Diniz em sua carreira para para ganhar na casa de meio milhão de reais? Sendo que qualquer pesquisa sobre o salário dele no São Paulo, mostra na casa dos 250 mil.

O que aconteceu no Santos que fez Schalka e Berenguer mudarem de opinião e aprovarem a contratação do técnico que tem menos valor de mercado pelo mesmo valor do Holan, que eles já achavam fora da realidade do Santos? Com o fato de não estarmos na Libertadores, perdemos milhões de reais em arrecadação.

Qual foi o meio encontrado pela gestão de arrecadar dinheiro que agora Berenguer enxerga que pode gastar?

As atas não sendo públicas, teríamos unanimidade?

Se tivessem mantido os comentários sobre as decisões, como anteriormente, com certeza essa coluna nem faria sentido e não estaria aqui me perguntando tudo isso.

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Peixão

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